As chuvas de setembro ajudaram a amenizar o tempo seco na região, mas não foram suficientes para aumentar o nível da Represa de Jurumirim, na região de Avaré (SP). Conforme reportagem da TV TEM, o reservatório continua baixos. Em alguns braços já não há mais água. A situação preocupa moradores da região.
De acordo com a empresa que administra o reservatório, o nível registrado em setembro foi de 25% da capacidade total, 55% a menos que a média calculada no mesmo período do ano passado. Apesar dessa baixa considerável, a companhia informou que o volume atual é suficiente para manter a usina hidrelétrica em operação.
Mesmo dentro da normalidade, a paisagem atual da represa tem assustado quem passa pelo local. O aposentado José Aparecido de Lima passa constantemente pela represa e já sentiu a diferença. “Faz 25 anos que passo aqui e nunca esteve desse jeito. Está assustando”, afirma.
Ainda segundo a concessionária que administra o reservatório, choveu aproximadamente 150 milímetros na região de abrangência da represa no mês de setembro. Mas essa quantidade não foi suficiente para mudar o cenário local.
As faixas de terra na beira d'água estão cada vez maiores Pequenos rios abastecidos pelo reservatório também estão secando. EmTaquarituba (SP), o rio Taquari está bem abaixo do normal, até mesmo pequenas embarcações enfrentam dificuldades ao atravessa-lo. Ainda em Taquarituba, milhares de tocos estão acima do nível da água.
Em Itaí (SP), a cena não é diferente. A água parece estar sumindo. No camping municipal, em Avaré, o tablado já não recebe mais pescadores como antes. A água baixou tanto que toda a estrutura ficou visível. Barcos e lanchas de uma marina têm entrado na água cada vez mais distantes da margem e há risco de navegação em alguns pontos da represa.
O coordenador de Agricultura e Meio Ambiente de Taquarituba, o biólogo Gabriel Eugênio Soldera Bernardes, afirma que a situação chegou a esse ponto por causa da longa estiagem enfrentada este ano. Para que a paisagem melhore, é necessário mais chuva.
“A explicação é que o volume de chuva necessário para normalizar a situação da represa teria que ser três ou quatro vezes maior, pois a estiagem foi muito longa e consequentemente o nível das águas baixou muito. Fora isso, toda água que choveu não fica parada em um lugar, ela percorre os caminhos e abastece outros corpos d’água”, conclui.
Em um hotel que fica às margens da represa, a gerência diz não ter diferença no movimento após a estiagem. Porém, a gerente Sandra Scarcelli conta com a chuva nos próximos meses para manter os leitos ocupados. “A expectativa é que chova. Começou um pouco atrasado, na semana passada, e janeiro é mês de chuva também. Estamos otimistas para que a partir de janeiro o nível da represa possa retomar à normalidade”, afirma.