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Os problemas envolvendo a saúde de Avaré e as conquistas da comunidade transexual, foram alguns dos destaques da palavra livre de Vi Cortez, na última sessão da Câmara.
Vi Cortez começou relatando um caso envolvendo a saúde e os problemas causados pela falta de estrutura existente em Avaré. “Há 3 meses me procuraram, pedindo ajuda com relação a uma paciente que sofria de obesidade mórbida e precisava de uma cirurgia bariátrica. Como nossa cidade não tem endocrinologista na rede pública, para fazer acompanhamento a estes pacientes, este tipo de procedimento não é realizado aqui”, explicou.
Segundo Vi, nestes casos os pacientes são encaminhados para Botucatu, porém, não há garantia de vaga. “Como o problema era sério, entrei em contato com a secretária de Saúde Vanda Nassif, que me encaminhou para uma conversa com a coordenadora de Atenção Básica da Saúde, Renata Pismel; ela, por sua vez, me garantiu que o caso seria acompanhado, mas para a minha surpresa, no último sábado, dia 21, fiquei sabendo que a paciente morreu, e sem acompanhamento”, contou.
“Uma clara demonstração de que a saúde de Avaré continua precária”, acrescentou Cortez.
Ainda durante sua palavra livre, Vi Cortez criticou também por Avaré não ser referência em neurologia clínica.
Na mesma noite, Vi Cortez exibiu um vídeo que celebra o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual Infantil, comemorado em 18 de maio.
Em 18 de maio de 1973, uma menina de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada no Espírito Santo. Seu corpo apareceu seis dias depois carbonizado e os seus agressores, jovens de classe média alta, nunca foram punidos. A data ficou instituída como o “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes” a partir da aprovação de uma lei federal no ano 2000.
“O Caso Aracelli, como ficou conhecido, ocorreu há quase 40 anos, mas, infelizmente, situações absurdas como essa ainda se repetem”, lembra Vi Cortez.
Vi finalizou sua palavra livre, na noite do dia 23, falando a respeito das recentes conquistas da comunidade trans pelo mundo afora, como a aprovação de uma lei na Bolívia que autoriza pessoas trans a mudarem nome e gênero na identidade; a aprovação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do uso de nome social em carteira da entidade; e a permissão de participação de pessoas trans em um concurso da polícia militar de Pernambuco. “A identidade de gênero é uma realidade e deve ser respeitada. O cenário de viver na exclusão está mudando, eu estou aqui para mostrar isso, a OAB e a polícia também já reconhecem. É possível viver com a inclusão”, disse Vi Cortez, que é a primeira vereadora trans do Estado de São Paulo.
Ainda esta semana, na terça-feira, 24, Vi Cortez se encontrou com o governador Geraldo Alckmin e entregou um pedido para a criação da Identidade Paulista, que visa substituir o RG em todo Estado de São Paulo, por um documento onde conste apenas o nome social e o gênero de identidade da pessoa portadora do documento.
De acordo com Cortez, este tipo de identidade já é realidade em algumas cidades do Brasil.
Fonte: Jornal do Ogunhê
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