Aconteceu, durante a manhã da última, sexta-feira 22, a vistoria in loco anunciada, anteriormente, em áreas da propriedade rural de Abelardo Ferreira Mendes em Avaré. Responsável pela Secretaria de Serviços, ele foi acusado, segundo denúncia veiculada pelo jornal A Voz do Vale, de supostamente receber terra oriunda de empreendimento realizado pela atual gestão municipal, ação vetada devido ao mesmo ocupar cargo público.
A visita ao haras Quality Ranch foi decidida durante reunião entre Mendes e parte dos vereadores. O encontro, convocado pelo presidente da Câmara, Francisco Barreto de Monte Neto, serviu para que o agropecuarista expusesse suas razões aos parlamentares presentes; além disso, foi durante o encontro que ele, Mendes, defendeu a vistoria em suas terras.
Estiveram na área os vereadores Flávio Eduardo Zandoná, Antonio Angelo Cicirelli, Ernesto Ferreira de Albuquerque, Sérgio Luiz Fernandes, Carlos Alberto Estati, César Augusto Luciano Franco Morelli e Francisco Barreto de Monte Neto; representando o Executivo, além de Mendes, também estavam os secretários Judésio Borges (Meio Ambiente) e Ronaldo Souza Villas Boas (Agricultura e Abastecimento).
Segundo informações, foram encontrados entre 40 e 50 montes de terra que, em primeira análise, correspondem às características destacadas pelo secretário durante suas declarações anteriores: terra com material orgânico (galhos) e outras substâncias que impossibilitariam a compactação devida para uso em outras áreas
Para Flávio Eduardo Zandoná, existem possibilidades a serem consideradas. “Não vi nada de estranho no local, mas o ato irregular aconteceu. Precisamos conversar e analisar os fatos da forma devida. Defendo a legalidade e, em um primeiro momento, que a denúncia seja analisada pelo Ministério Público, instituição com a prerrogativa de apontar supostas falhas em qualquer tipo de ação”, destacou ele.
Já Ernesto Ferreira de Albuquerque não descarta a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. “Está claro que ele, Abelardo Mendes, por ser um agente público, cometeu um ato irregular. Apesar de não aparentar dolo, o ato foi errado. Como vereadores, temos que apurar. A Câmara não pode ser omissa: temos que fazer uma nota, denunciar ao MP ou abrir uma CPI”, disse o petista.
Por sua vez, Antonio Angelo Cicirelli, após a visita, apontou os próximos atos do Legislativo quanto ao assunto. “Não há uma ação fechada até o momento; será necessário que nos reunamos para se chegar a um consenso”, frisou. A expectativa é de que os legisladores se encontrem já na próxima semana para acordarem as medidas cabíveis.
Fonte: Assessoria da Câmara.