Autônomos passaram a usar a criatividade para driblar os reflexos provocados pela queda das vendas. Apostar nas redes sociais, investir em delivery e mudar a estratégia de negócio são armas que os especialistas defendem.
O vendedor de hortifrúti Jefferson Ramos da Silva afirma que precisou arrumar um jeito de continuar vendendo, já que o movimento caiu. Ele conta que antes fornecia cerca de 700 caixas de morango para os supermercados por semana.
No último mês, porém, os mercados nem quiseram morangos. Além disso, ele diz que quase não tem cliente, já que as pessoas estão em isolamento social. Assim, encontrou a solução na internet. Agora, ele anota todos os pedidos para fazer o serviço delivery.
"A gente viu a dificuldade do pessoal e colocamos o delivery. A gente vai, entrega na casa da pessoa um combo de frutas e com entrega grátis para facilitar. A gente aceita cartão, se for melhor para pessoa pagar. Isso que mudou a situação pra gente", explica.
A ideia deu tão certo que ele garante que vai continuar entregando os produtos mesmo depois que tudo isso passar.
"Estamos vendo um retorno bom nessa parte, é uma coisa que não tínhamos pensado antes e estamos vendo que está compensando. Creio eu que depois que passar esses problemas, a gente vai continuar fazendo delivery."
O casal Marcos e a Beatriz mora e trabalha junto. Há oito anos os dois começaram a vender comida e o carro-chefe são bolos e doces para festas de casamento. Contudo, os pedidos foram cancelados.
"Eram seis, sete, oito bolos no final de semana. Dois mil, três mil salgados, fora os doces. E agora eu tive 100% dos pedidos cancelados e a gente está se virando como pode", conta Beatriz Ribeiro Pizza.
Depois da pandemia, os pedidos caíram bastante e o casal precisou pensar em novas estratégias. Com a baixa produção de bolos e doces, os dois resolveram investir ainda mais nas comidas salgadas do dia a dia.
"Antigamente, o que eu produzia já tinha cliente fixo e já tinha saída. Agora, eu produzo e eu estou indo atrás do cliente. Estamos produzindo, publicando [nas redes sociais, reduzimos a taxa de entrega. Tem que achar um jeito, inventar e ter novas ideias", garante Marcos Pizza Júnior.
Ricardo Blanco, que é analista de negócios do Sebrae, diz que os autônomos precisam trabalhar de forma estratégica com as mídias sociais.
"Pensar também com a possibilidade de trabalhar com os aplicativos deliverys, se adequar à eles, pois isso pode garantir as vendas da empresa", orienta.
Fonte: G1.