Turistas que escolhem Avaré (SP) como destino da folga de Ano Novo podem enfrentar problemas. Depende se o local escolhido para se hospedar é o Bairro Costa Azul. Isso porque falta água nas casas no período de festas do Ano Novo. E moradores dizem que o fato não é exclusividade de 2015, mas sim recorrente quando o movimento aumenta.
A babá Marisa Andrade, por exemplo, veio de São Paulo para visitar o pai. Por causa da falta d'água, o que era para ser um passeio se tornou "dor de cabeça". “Pegamos essa decadência de estar três dias sem água. Tomando banho no camping, tenho que tirar água para lavar louça”, reclama.
A dona de casa Jandira Guimarães é outra turista que sofre com a falta d’água. Ela conta que veio de São Paulo fugindo da seca e encontrou o mesmo problema em Avaré. Agora, vai ter que voltar antes do previsto. “Lá na capital de vez em quando falta água. Agora cheguei aqui e também os canos estão secos. Aí é difícil”, comenta.
Quem também teve a programação de Ano Novo atrapalhada é a funcionária pública Maria Aparecida, de Americana (SP). Ela viajou com a família para aproveitar a folga, mas já está voltando para casa. “Estou indo amanhã [sábado] por falta de água. Não tem condições de ficar, estamos em dez pessoas. Está difícil, tivemos que comprar água para fazer comida. Para dar descarga estamos usando uma água do córrego”, lamenta.
A situação incomoda também quem mora no local. É o caso do aposentado Antônio Sátiro de Oliveira. Ele conta que escolheu morar no bairro por causa da tranquilidade, mas todo fim de ano, em vez de sossego, enfrenta o transtorno. Todas as torneiras da casa onde ele mora estão secas. Na cozinha, no tanque, no banheiro. Não tem água, nem para tomar banho. “Sem água tem que dormir sujo, fedido. Ou tem que pedir para os amigos para tomar banho. Não tem jeito, vou ter que tomar banho na casa do meu irmão”, afirma.
A vendedora Ana Regina Tavares também mora no bairro. Dentro da propriedade dela há um abrigo de animais domésticos abandonados, o que piora ainda mais a situação. “Sem água não tem condição. Tivemos que encher balde enquanto tinha água. Eu ainda tenho o abrigo com 150 animais, onde o gatil e o canil precisa ser lavado duas vezes por dia. E não está podendo lavar. Para fazer o almoço, tive que usar a água dos baldes estocados.”
Ainda segundo os moradores, esse tipo de problema é comum em altas temporadas, como no feriado de Ano Novo. Basta aumentar o movimento de pessoas no bairro que falta água. “A gente sempre vive isso. Conversa [com órgãos públicos], mas não tem uma resposta”, conclui o empresário Walter dos Santos.