Trotes representam 5% das ligações recebidas pelo Samu em Botucatu


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Jornal O Avaré 23/07/2014 08:21:27

Na Polícia Militar e nos Bombeiros casos chegam a 30%.
Equipe do serviço de emergência faz trabalho de conscientização.

 

O trote telefônico é um problema antigo, mas que parece difícil de ser resolvido. Em Botucatu (SP), 5% das ligações para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são falsas. Na Polícia Militar e nos Bombeiros, o percentual é ainda maior.

 

Os números refletem a falta de responsabilidade da população, já que equipes que poderiam atender urgências são deslocadas para locais sem a menor necessidade. Nas gravações cedidas pelo Samu, os trotes vêm de adultos e crianças.

 

Em um deles, por exemplo, o trote foi feito por uma criança. A atendente logo percebe que se trata de um trote.

 

Atendente: Samu, boa noite.
Trote: Alô, quem tá falando? (risos)
Atendente: Aqui é o Samu, serviço de urgência e emergência e eu não posso ficar ocupando a linha, tá, boa noite.

 

Mas em outro caso, a pessoa que passa faz a ligação à equipe do Samu relata todo um suposto problema de saúde.

 

Atendente: Samu, bom dia.
Trote: Bom dia, poderia encaminhar uma Samu aqui pra rua Benjamin Figueiredo?

Atendente: Que que tá acontecendo?
Trote: Não é que...meu padrasto está tendo um ataque epilético.

 

Mas quando a equipe chega ao local, não encontra nada. Na tentativa de auxiliar, o Samu retorna a ligação no número passado pela vítima, sem sucesso. O telefone que toca é um orelhão, ao lado de onde a equipe foi deslocada. Em alguns casos, a pessoa que passa o trote é insistente e liga mais de uma vez. Segundo a coordenadora geral, Samu Priscila Masquetto Viera de Almeida, no dia 7 de junho a central atendeu 40 vezes a mesma “brincadeira”.

 

Atendente: Samu, boa tarde.
Trote: (gritos)
Atendente: Alô?
Trote: Vocês caíram na pegadinha do malandro... vocês são uma baita mentira, porque vocês são ....
Atendente: A polícia tá indo ai, viu. Eles vão pegar pelo telefone porque a gente tem o telefone de vocês e a ligação ela é gravada.

 

Casos como esse acontecem frequentemente. Segundo os dados do Samu, das mais de 200 ligações mensais, 5% são trotes. A coordenadora do Samu afirma que o número não seria um problema se as viaturas não deixassem de socorrer outras pessoas por causa dos trotes. "Se todo trote ficasse ali na gravação, até que poderia ser um número pequeno, mas se pensar que as ambulâncias chegam a ir ao local, perder tempo e a gente deixa de atender uma pessoa que realmente precisa e pode estar perdendo a vida pro conta de um trote, ai este número torna-se grande."

 

 

Para tentar evitar esses trotes, um projeto do próprio Samu tenta conscientizar crianças e adolescentes em escolas públicas de Botucatu. Com informações e orientações às crianças, o objetivo é acabar com estas ligações que prejudicam o trabalho de toda a equipe. "As telefonistas trabalham o dia inteiro com pessoas que estão estressadas e nervosas. Então, imagina uma pessoa com parada cardiorrespiratória. Quem está no telefone está super estressada. Quando você atende um trote é muito frustrante, porque vai para ocorrência, com aquela adrenalina, vou salvar uma vida. Você prepara o material e chega lá é um trote. É muito frustrante para toda a equipe", lembra a coordenadora.

 

 

PM e bombeiros


Além do Samu, outros serviços que recebem chamadas pelo telefone de emergências e urgências também têm trotes e os números são ainda maiores. Nos bombeiros, quase 30% das ligações diárias são trotes. Em poucos casos a viatura chega para uma ocorrência real.

 

 

Os bombeiros inclusive já sabem os horários em que os trotes costumam acontecer. "A gente acaba detectando alguns números que são de conhecimento e percebemos que determinados horários de entradas e saídas da escola, depois do almoço e no final da tarde”, segundo o cabo do Corpo de Bombeiros, Claudio Milanesi.

 

 

Na Guarda Municipal, o problema se repete, mas a incidência é menor. Já na Polícia Militar, os trotes representam 30% das mais de 250 ligações diárias. Mas a polícia alerta que trote é crime e já tem registros em que o suspeito foi detido, de acordo com o capitão da PM Marcelo Ricardo Silva. "A gente possuiu o sistema de identificador de chamadas e existem casos de trotes que a viatura identificou o local e acabou detendo o cidadão, que é conduzido a delegacia e autuado como falsa comunicação de crime”.

 

 

Para prevenir os casos de trotes, a conscientização tenta acabar com essas "brincadeiras". Brenda Luiza Moraes, de 10 anos, já tem a opinião formada sobre os trotes. "Eu acho uma coisa muito errada, porque tem gente precisando muito mais que ficar fazendo o Samu fica rodando a rua inteira”.


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