Um rapaz de 21 anos foi preso nesta sexta-feira (11) como principal suspeito de matar Dominique de Oliveira Machado, de 18 anos na época, em Arandu (SP). O crime aconteceu em março de 2013, e o suspeito conseguiu adiar a prisão por dois anos porque, segundo a Polícia Civil, manipulou um amigo, também de 21 anos, que sabia da morte a dar falso testemunho e por falta de provas materiais. O suspeito nega a autoria, mas o amigo que teria mentido durante as investigações confessou a autoria do rapaz nesta sexta, após anos de negativa. Os dois ficaram presos.
Dominique morreu com pancadas na cabeça depois de ir a uma festa de rodeio junto com os dois rapazes em Arandu. Ela morava com a família em Avaré (SP), cidade vizinha. Na época os dois jovens afirmaram que ela decidiu ir sozinha de volta para casa durante a festa. A vítima ficou desaparecida por nove dias até encontrarem o corpo em uma vala em um terreno às margens da rodovia que liga os dois municípios.
A prisão do suspeito é temporária, mas a polícia deve pedir a preventiva nos próximos dias, conta o delegado Rubens César Garcia Jorge. “O crime foi motivado por um relacionamento amoroso que ele tinha com a menina. Ela também tinha um namorado e os dois tinham um relacionamento extraconjugal. Não temos dúvidas de que ele é o autor do crime”, afirma.
Para a avó Matilde de Oliveira, a situação traz alívio e também tristeza. “Essa pessoa, graças a Deus existe justiça do céu, porque vai fazer quase três anos e agora que pegaram esse cara.” A mãe de Dominique também fala em justiça. “Deus deu a solução, e eu peço a Ele e faço corrente de oração com o povo para que ele seja condenado, pois vai para júri popular.”.
O suspeito de homicídio e ocultação de cadáver ficou preso em Tejupá (SP) e pode pegar mais de 30 anos de prisão. Ele também tem passagens por furto. Já o amigo ficou em Sarutaiá (SP) e pode pegar até 4 anos de prisão.
Entenda o caso
Rubens César Garcia Jorge descreve que a vítima, o amigo e o suspeito do homicídio foram à festa juntos no carro do suspeito. Em certo momento, o rapaz saiu do recinto junto com a jovem e voltou sem ela.
“Depois que voltou o rapaz tinha marcas de sangue nas mãos e arranhados nas costas, segundo o amigo dele. De inicio esse amigo não sabia o que tinha acontecido, só ficou sabendo dias depois. Ainda na festa os dois encontraram com um conhecido, que pediu carona a Avaré. Os três voltaram da festa e esse conhecido suspeitou do crime depois, e como ele contou o que sabia à polícia não ficou preso.”
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rubens César Garcia Jorge, os dois rapazes que levaram a jovem à festa eram os principais suspeitos desde o início das investigações. “Suspeitávamos desde que ouvimos a história de que a jovem decidiu ir sozinha e a pé para casa. Houve muitas dificuldades nas investigações porque não houve testemunhas, sem provas materiais como imagens de câmeras de segurança.”
Mesmo sem indícios materiais, há fatos que vão contra a inocência do suspeito, afirma o delegado. “Primeiro porque ele a moça trocavam mensagens e se ligavam todos os dias até o desaparecimento. Do dia em que sumiu até encontrarem o corpo ele não mandou nada do celular. Outro indício é que ele afirmou, na época, não ter saído com o carro do estacionamento da festa até ir embora. Mas o local onde afirmaram estacionar e o ponto onde o terceiro amigo disse onde estava o carro para ir embora é outro. Além disso há agora a confissão do amigo.”
Jorge completa descrevendo a personalidade do suspeito: “Ele é um cara muito frio, em nenhum momento confessou a autoria, não demostra arrependimento. Durante a investigação orientou aos amigos que estavam com ele no veículo para que falassem o que ele queria para não ser incriminado.”