Saúde de Itaí no banco dos réus

De malversação do dinheiro público, a compra superfaturada – ou no mínimo com preços questionáveis – de remédios, passando pela falta de pagamento aos médicos contratados, equipamentos de 1ª necessidade, (como raio-x e ultrassom) deteriorados ou inexistentes no local. Esse é o quadro atual da Santa Casa de Misericórdia de Itaí, que obrigou a Câmara Municipal, por intermédio de seu presidente Isaias Ribeiro de Arruda, a recorrer ao Ministério Público Estadual. Através da propositura endereçada ao Senhor Promotor de Justiça Rodrigo Jimezes Gomes, o Legislativo solicita:

A)                 Qual o número exato de funcionários da Santa Casa e qual a função que cada um exerce;

B)                 Se há funcionários constantes na folha de pagamento que prestam serviços em outros locais;

C)                 Qual a dívida atual e atualizada da Instituição;

D)                 O número de médicos contratados e a especialidade de cada um;

E)                  Se há falta de médicos especialistas no quadro clínico;

F)                  Qual o valor total devido aos médicos a título de salários vencidos e não pagos;

G)                Qual o valor recebido mensalmente pela Instituição da Prefeitura Municipal de Itaí;

H)                 Quem são os atuais, Provedor, Tesoureiro e Diretor Clínico da Santa Casa de Itaí e,

I)                                   Se há estoque de medicamentos, seringas, escalpe, soro, agulhas e demais utensílios para assegurar um     rápido atendimento aos pacientes, assim como, se há equipamentos de ultrassom, raio X, e se é possível a realização de cirurgias na Entidade, entre outras necessidades.

Para tanto o presidente-denunciante Isaias justifica que com esse ato atende um apelo da população carente da cidade que inclusive formulou um abaixo assinado com centenas de assinaturas solicitando providencias urgentes devido o caos que se transformou o atendimento médico-hospitalar na Santa Casa.

Para corroborar com tão grave questão, o legislativo itaiense ainda destacou que “poucos são os profissionais da saúde contratados pela Santa Casa de Misericórdia, entretanto a folha de pagamento conta com mais de 80 (OITENTA) funcionários, dos quais muitos são empregados pelo Chefe do Executivo e prestam serviços em repartições públicas. A Santa Casa de Itaí na verdade transformou-se um cabide de emprego, o que impossibilita sua reabilitação financeira e administrativa. A cada dia surge uma nova pessoa no quadro de funcionários. A última foi agraciada com um emprego por ter sido candidata a Vereadora ao lado do Chefe do Poder Executivo. Esse quadro de funcionários não inclui os médicos”.

E prossegue destacando que “a dívida contraída pela Santa Casa segundo informações é impagável e os médicos estão deixando de prestar seus serviços em razão da falta de pagamento de seus salários. Sendo assim os cidadãos Itaienses estão se socorrendo, das Santas Casas das cidades vizinhas, entretanto, já houve óbito devido ao atendimento preliminar deficitário prestado pela Santa Casa local, conforme prova o Boletim de Ocorrência em anexo”, finaliza o requerente Isaias Ribeiro de Arruda, em nome da Câmara Municipal.

Desta forma exposto, é solicitado ao Nobre representante ministerial para que sejam tomadas as medidas cabíveis e aplicáveis ao caso para que a população Itaiense passe a ter um atendimento digno e gratuito como determina a Constituição da República Federativa do Brasil.