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O volume de recursos que os investidores sacaram da caderneta em março, já descontadas as aplicações, foi de R$ 5,380 bilhões, conforme informou ontem (6), o Banco Central. O resultado é bem menor do que os R$ 11,438 bilhões que saíram dessa aplicação em igual mês do ano passado, a segunda maior sangria da poupança da série histórica iniciada em 1995.
De acordo com o BC, o total de aplicações no mês passado foi de R$ 164,398 bilhões e o de saques, de R$ 169,777 bilhões. O saldo desse investimento está em R$ 644,606 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 3,901 bilhões de março. Mais uma vez, o patrimônio da caderneta recuou, como aconteceu pela primeira vez em um ano em 2015.
A evasão da poupança no mês passado só não foi pior porque nos últimos dias úteis de março ingressaram R$ 5,547 bilhões na caderneta, um valor maior do que o resultado negativo do período (ingressaram R$ 1,318 bilhão no dia 30 e R$ 4,229 bilhões no dia 31). Até o dia 30, a conta estava negativa em R$ 9,608 bilhões. Isso ocorre com o sazonal aumento dos depósitos na caderneta no último dia útil por causa de aplicações automáticas da conta corrente que alguns investidores já deixam programadas para ocorrer.
A contínua e acentuada deterioração da caderneta se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a taxa básica de juros (Selic) está acima de 8,5% ao ano e atualmente está em 14,25% ao ano.
1º trimestre
No primeiro trimestre deste ano, a caderneta de poupança perdeu R$ 24,050 bilhões em investimentos. O número é o maior registrado em 21 anos. De janeiro a março de 2015, a retirada líquida de recursos dessa aplicação havia somado R$ 23,231 bilhões, número que já era recorde na série histórica.
Após o saque líquido recorde de R$ 12,031 bilhões da poupança em janeiro, a quantidade de recursos que os investidores sacaram da caderneta em fevereiro, já descontadas as aplicações, ficou em R$ 6,639 bilhões. Em março, o resultado ficou negativo em R$ 5 380 bilhões.
As retiradas no início deste ano foram retomadas após uma "pausa" em dezembro, quando o investimento ganha um auxílio do pagamento do 13º salário (no último mês de 2015, as aplicações foram maiores do que os saques em R$ 4,790 bilhões). Com exceção desse mês, desde janeiro do ano passado houve captação líquida negativa da poupança em todos os meses do ano, com destaque para janeiro de 2016 (R$ 12,031 bilhões) e março do ano passado (R$ 11,438 bilhões). Estes foram os únicos dois meses da série histórica iniciada pelo BC em 1995 em que o volume de retiradas, já descontados os depósitos, chegou à casa dos dois dígitos.
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