Rombo do governo central pode até superar R$ 96 bilhões, diz economista


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Jornal O Avaré 31/03/2016 00:58:53

Para economistas, o rombo nas contas do governo central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) em fevereiro, de R$ 25 bilhões, indica que mesmo a previsão do próprio governo de déficit de até R$ 96 bilhões para o ano pode estar subestimada. "Preocupação fiscal praticamente não existe. As receitas estão caindo - uma queda de 2% da receita em termos nominais é muito significativo - e os gastos continuam subindo", disse o economista Thiago Biscuola, da RC Consultores.
 
 
Para ele, o resultado nominal precisa ganhar mais importância, já que o peso dos encargos da dívida estão alarmantes. "O Brasil se escondeu em superávit primário por anos e deixou o custo da dívida subir demais. Agora, o problema está bem grave: o déficit pode ser muito pior do que o esperado e podemos ver uma explosão da dívida pública", declarou.
 
 
Biscuola ainda disse a recessão econômica foi "contratada" há anos, com decisões erradas, principalmente a partir de 2014. "A crise então não é tanto pelo viés político, mas o agravamento dela pode ter a influência do político, especialmente pela queda de confiança e postergação de tomada de decisões", afirmou.
 
 
Rafael Bistafa, economista da Rosenberg Associados, lembra que as despesas primárias do governo central subiram 8% em termos reais em fevereiro ante o mesmo mês de 2015, e que esse aumento indica que o Poder Executivo liberou os gastos com a nova meta fiscal, que permite um déficit primário de até R$ 96 bilhões neste ano. "O avanço dos gastos foi generalizado", disse. Segundo ele, foi registrado aumento de despesas, por exemplo, em benefícios previdenciários, pagamento de seguro desemprego e o Programa de Aceleração do Crescimento, uma indicação de tentativa de aumento de investimentos públicos.
 
 
"Por outro lado, a receita líquida do governo central caiu 13% em fevereiro de 2016 em relação ao mesmo mês do ano passado, um resultado coerente com a profunda recessão da economia", disse o economista.
 
 
 
O Estado de S. Paulo.
 


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