Relíquias são comercializadas para ajudar pets


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Jornal O Avaré 05/04/2016 01:27:18

O sistema de “vendas de garagem”, onde os moradores comercializam nelas tudo o que estiver disponível, especialmente quando se vai sair do imóvel, é febre em alguns países, como os EUA. Para quem não sabe, a “venda de garagem” (“garage sale”) consiste em disponibilizar móveis, objetos da casa, relíquias, diretamente para o comprador. Em Bauru, o sistema começa a ganhar corpo. E um desses eventos aconteceu neste final de semana.
 
 
Evento filantrópico realizado na residência da professora de ballet Dalva Corrêa, no bairro Jardim Estoril, angariou fundos para a ONG Pet Metal, que ajuda a resgatar cães e gatos das ruas de Bauru, promovendo a castração e encaminhamento para adoção.
 
 
“Além de ajudar essa entidade, há o fato emocional e ela (Dalva) está gostando disso porque sempre ajudou os animais”, disse Marcia Nuriah, filha mais nova de Dalva Côrrea.
 
 
Bailarina e dona de uma das escolas de dança mais tradicionais na cidade, o Ballet Vitória Régia, Dalva está aposentada e vivendo com a filha mais velha em Maringá (PR).
 
 
“Durante mais de 30 anos, minha mãe teve centenas de alunas e é uma pessoa muito querida na cidade. Assim, organizar esse bazar com as coisas dela foi muito significativo. Foram muitas as alunas e pessoas que a têm em grande conta que passaram aqui só para conseguir uma lembrança dela. Foi muita emoção”, disse Márcia, já na tarde de sábado, quando quase todo o acervo havia sido arrematado. O evento continuou ainda neste domingo.
 
 
 
Energia positiva
 
 
 
“Minha mãe era uma grande colecionadora. Todos os objetos tinham uma memória afetiva muito boa. Quem comprou, levou uma energia positiva muito boa para casa. Não é o mesmo que comprar algo em série, ‘made in China’”, apontou Marcia, “além do que é maravilhoso exercitar o desapego, porque o apego tem que ser às pessoas e não às coisas”.
 
 
Quem já exercitou esse desapego foi Sylvanira Bramante, que foi ao evento no sábado. Ela conta que, quando se mudou para um apartamento, “resolveu mudar o estilo”. “Eu morava numa casa grande cheia de antiguidades e quis tudo moderno. Fiquei só com uma cristaleira. Mas minha coleção de xícaras, tenho até hoje”, disse, levando consigo mais alguns “espécimes para a coleção”.
 
 
 
Garimpo
 
 
 
Luciana Mariano garimpava mais achados entre os objetos disponibilizados. Muitos trazidos de viagens realizadas por Dalva Côrrea. Mas ela estava particularmente feliz com os discos de vinil de óperas clássicas, como “La Traviatta”, que arrematou.
 
 
Outro que estava realizado com sua aquisição foi Miguel Fraile, 27 ano. Desde criança, ele tem mania de colecionar obras de rock e de MPB e exibia os achados das bandas Secos & Molhados e Pink Floyd. No fim, confessou que adora um brechó, um sebo, especialmente as sessões de discos. “Eu chego a não ver a hora passar quando entro em um”, conclui.
 
 
 
Diferenciais
 
 
 
Ao contrário dos brechós, a “venda de garagem” resulta em economia para quem vende porque elimina o atravessador e ainda é bom para o comprador. Em geral, ele adquire peças bem diferenciadas e a um preço bem mais em conta.
 
 
A “venda de garagem” tem também outro diferencial: comercializa objetos de uma única pessoa ou família. No caso de bazares, especialmente os beneficentes, as peças ofertadas são de várias procedências e, quase sempre, fruto de doações.
 
 
 
Fonte: JCNET


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