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Uma Kombi, R$ 2,5 mil no bolso e Brisa, uma companhia canina de longa data. Hugo Mendes Pereira, de 28 anos, só precisou desses três itens quando resolveu deixar Jundiaí (SP), a sua cidade natal, para desbravar o Brasil.
Em um ano, a dupla percorreu 14 mil km e visitou 15 estados brasileiros. No trajeto, passaram por inúmeras dificuldades e Hugo, que saiu de casa sem entender absolutamente nada de mecânica, se orgulha ao dizer que hoje em dia consegue quase abrir o motor de sua "kombinha", como carinhosamente a chama.
"Tudo isso me ensinou a valorizar aquela comida que eu não gostava e agradecer a Deus por um copo d'água. Até tem vida mais cara, mas não presta não", frisa o companheiro de Brisa.
Com pouco dinheiro no bolso, Hugo conta que ele e Brisa chegaram a passar fome e sede, mas em cada cidade que paravam, ele buscava por um trabalho.
Ele diz que chegou lavar louças, a cozinhar, trabalhou de caixa, fez faxina em casa de família, trabalhou na recepção de hotel e, atualmente, está como gerente de um hostel de Búzios (RJ), até então a última parada dessa viagem que ainda não chegou ao fim. O destino final? Não ter destino.
"Nunca fiz cara feia para o trabalho. Pelo contrário, sou grato por todas as oportunidades que o universo vem me proporcionando. Foi minha escolha este caminho. Quis me entregar, confiar e deixar com que Deus nos guiasse", garante.
Ao G1, Hugo ressalta que resolveu fazer essa escolha - de pegar a estrada, sem dinheiro e sem um destino certo - ao perceber que perdia tempo buscando por algo que ele sequer precisava.
“Tem pessoas que usam a expressão 'tempo é dinheiro'. Desculpe, mas na minha vida tempo é muito mais do que isso. O dinheiro vai e vem e por aqui fica. O tempo não volta”.
Questionado sobre os custos da viagem, o gerente de hostel garante que não é possível nem mensurar uma quantia.
"A maioria das coisas que vivenciei até então não tem preço, mas posso afirmar que custou muita vontade, muita coragem, determinação, entrega, persistência, mas principalmente fé. Hoje estou feliz, ontem estava feliz e quando o amanhã for hoje, quero estar feliz também."
Desde que saíram de Jundiaí, Hugo e Brisa moram na Kombi. Mesmo quando resolvem ficar por mais tempo em uma única cidade, como atualmente estão em Búzios, eles fogem das quatro paredes, porque, como o gerente de hostel gosta de frisar, lhe dá fobia.
"Eu amo dormir ali [na Kombi] com a minha cachorrinha. Me sinto mais a vontade do que em qualquer lugar do mundo", ressalta.
Sonho de infância
Hugo conta ainda que desde pequeno sonhava em viajar de Kombi. Tanto que ele até aprendeu a dirigir em uma e o seu primeiro emprego também foi a bordo de uma "kombosa".
Após a morte de sua mãe, ele foi morar sozinho aos 16 anos de idade e passou a viver a vida como gostaria: sem vender o seu tempo.
Foi nessa época que Brisa entrou na sua vida e, assim que pegou a cadelinha em seus braços, Hugo soube que tinha encontrado a companheira perfeita para essa viagem.
"Há 12 anos Brisa é minha melhor companhia, ela me ensinou e vem ensinando os valores mais puros. Algo que só os animais, as crianças e as mães podem nos oferecer em vida carnal. O amor puro, dar sem esperar nada em troca, a fidelidade, o companherismo".
Mas quem vê Brisa toda serena e calma ao lado de Hugo, sentada na Kombi seguindo viagem, nem imagina o tanto que ela aprontou quando mais nova. "A cachorrinha era terrorista", diverte-se ao lembrar do passado o rapaz.
Seguir na estrada
Apesar da estabilidade da gerência do hostel, Hugo ressalta que não desistiu de continuar na estrada com Brisa, já que, para ele, seu destino é se entregar ao que surgir em seu caminho.
"Pretendo seguir viajando, pois minha casa tem asas. Hoje estou aqui, amanhã não sei. Vivo o hoje, o agora, esse instante. Não quero chegar a lugar nenhum que não seja dentro do meu próprio eu. Hoje estou exatamente onde gostaria de estar".
Fonte: G1.
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