Preso tenta golpe, mas se apaixona pela vítima


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Jornal O Avaré 06/04/2016 01:03:25

O que era para ser mais uma tentativa de aplicar o velho golpe do falso sequestro se tornou uma oportunidade para encontrar uma namorada. É a chamada Síndrome de Estocolmo, só que ao contrário. Há quatro dias, uma mulher enfrentou um estelionatário via telefone, mas o golpista, que disse estar preso no Rio de Janeiro, acabou se apegando a ela. O caso foi registrado no último domingo, em Bauru, e a vítima não teve qualquer prejuízo.
 
 
Conforme consta no boletim de ocorrência (BO), a mulher, cuja identidade será preservada por questões de segurança, recebeu uma ligação de um número privado na última sexta-feira (1). O interlocutor fez alusão de ter sequestrado sua irmã, inclusive, dava para ouvir um choro feminino ao fundo do telefonema. O homem, então, exigiu que a vítima fizesse um depósito de R$ 3 mil.
 
 
 
REAÇÃO DIFERENTE
 
 
 
A reação da mulher, porém, foi bem diferente da maioria das vítimas, que se sente acuada e, muitas vezes, faz o que o golpista pede. Ela passou a ameaçá-lo, ao dizer expressões como “vou dar na sua cara” e “o ‘disciplina’ vai pegá-lo em dois minutos”, já que a mulher trabalha em um projeto assistencial de um dos bairros mais carentes da cidade. O estelionatário chegou a reduzir a quantia exigida para R$ 1 mil.
 
 
Mesmo assim, as ameaças continuaram e o golpista declarou “entendi que você é de nós, desculpa” e o assunto se encerrou. Mais tarde, a vítima recebeu mensagens de flerte por parte do estelionatário (veja ilustração abaixo). Nelas, o homem a chamava de “linda” e chegou a dizer até que ela havia “mexido com sua mente”. Depois, a mulher procurou a polícia, que registrou o caso como tentativa de estelionato.
 
 
 
Você sabia?
 
 
 
A Síndrome de Estocolmo se dá quando uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e, até mesmo, amor perante seu agressor. O nome faz referência a um assalto que ocorreu em Estocolmo, em agosto de 1973. Mesmo depois de terem ficado seis dias presas, as vítimas defenderam seus raptores e mostraram um comportamento reticente nos processos judiciais sobre o caso.
 
 
 
 
Fonte: JCNET


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