Em meio ao avanço dos casos de dengue em várias cidades da região, a Prefeitura de Angatuba(SP) abandonou uma ‘pilha’ de pneus em terreno próprio. O secretário municipal de Habitação, Obras e Serviços Públicos, José Luiz Ayres Holtz, ressalta que “o local está afastado sete quilômetros do perímetro urbano e não há nenhuma residência próxima no raio de 600 metros”. Mas o risco de proliferação da doença existe, já que o mosquito da dengue pode voar em uma única vez mais de um quilômetro e espalhar ovos em outras regiões, segundo o Ministério da Saúde.
Os pneus recolhidos estão em um terreno no bairro dos Teodoros, na zona rural da cidade. Segundo a população do local, há muitos focos de dengue.“É um absurdo, tem mais de 300 pneus com água e larvas do mosquito”, afirma o morador Donizete de Melo. Apesar do risco, o município registrou um caso de dengue neste ano, segundo a administração municipal.
O secretário Holtz afirma que a Prefeitura não tem outra alternativa para depositar os objetos. “A Prefeitura não tem local para guardar esses pneus. É preferível que fique aqui, onde nós temos um controle, mínimo que seja, do que em borracharias, dentro de casas”, alega.
Ele ressalta que os pneus são recolhidos em Angatuba e Campina do Monte Alegre (SP) por uma empresa de reciclagem a cada 15 ou 20 dias. “Eles já deveriam ter vindo e não vieram. Agora, conforme informações da Secretária do Meio Ambiente, a retirada dos pneus está agendada para a semana que vem”, afirma. A empresa responsável pela reciclagem dos itens foi procurada pela reportagem da TV TEM para explicar o atraso no recolhimento, mas até 13h20 desta quarta (4) não retornou.
O morador Donizete de Melo fica indignado com a situação. “Eu acho isso um descaso. Eles não estão nem aí. Querem fazer visita de casa em casa, mas aqui eles não vem”, reclama.
Acordo entre Prefeitura e empresa
A TV TEM obteve uma cópia do contrato entre a Prefeitura de Angatuba e a empresa responsável pela reciclagem dos pneus. Uma das cláusulas, que diz respeito às obrigações do município, prevê que a cidade deve destinar um local apropriado: coberto e protegido de chuva. Portanto, o Executivo não cumpre as terminações do contrato. A Prefeitura alega que um local coberto será disponibilizado para armazenar os pneus, mas não confirmou uma data.