Preciso me vacinar contra a febre amarela? Veja perguntas e respostas sobre o surto em MG


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Jornal O Avaré 17/01/2017 02:25:27

Em um hospital de São Paulo, desde que os casos de febre amarela silvestre começaram a aumentar em Minas Gerais, a procura por vacinas triplicou. São 38 mortes notificadas em terras mineiras e dois óbitos no noroeste paulista – em São José do Rio Preto e em Ribeirão Preto. O G1 conversou com especialistas para entender qual é o tamanho da epidemia e quem precisa correr para se prevenir contra a doença.
 
 
 
1. Por que este surto de febre amarela é chamado de “silvestre” e “selvagem”?
 
 
Porque os casos são registrados em regiões rurais ou de mata, transmitidos pelos mosquitos Haemagogus ou Sabethes. Por enquanto, não foi detectada a transmissão da doença pelo Aedes aegypti, mais famoso pela dengue, zika e chikungunya e por gostar das áreas urbanas.
 
 
 
2. É possível que a epidemia chegue às grandes cidades?
 
 
Sim. Uma pessoa infectada em zona rural poderá ir para uma cidade. Uma vez picada por um mosquito Aedes aegypti, o inseto poderá transmitir para outra pessoa, e assim por diante. A boa notícia é que isso não aconteceu ainda, de acordo com o Ministério da Saúde e os médicos entrevistados.
 
 
"A pessoa que vive dentro da cidade, em São Paulo por exemplo, não precisa entrar em pânico, mas é verdade que todo mundo tem que receber pelo menos uma dose da vacina [...]. Sem dúvida alguma, pessoas que têm contato com área rural ou silvestre precisam estar vacinadas", disse Marcelo Simão, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia. 
 
 
Vale ressaltar que o vírus da febre amarela não é transmitido de pessoa para pessoa, apenas pela picada de mosquitos infectados.
 
 
"A epidemia, na verdade, está entre os macacos da mata. O homem adentrando ou estando próximo é picado pelo mesmo mosquito e adquire a doença", completou Simão.
 
 
 
3. Devo sair atrás da vacina, então?
 
 
Como o surto está concentrado fora das regiões urbanas, o Ministério da Saúde recomendou a imunização para todas as pessoas que residem em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e aqueles que vão viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro estão fora da área de recomendação para a vacina.
 
 
 
4. Quem não pode se vacinar?
 
 
Por causar reações, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda a vacina para pessoas com doenças como lúpus, câncer e HIV, devido à baixa imunidade, nem para quem tem mais de 60 anos, grávidas e alérgicos a gelatina e ovo.
 
 
 
5. Eu me vacinei uma vez, preciso me vacinar novamente?
 
 
De acordo com o infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, é importante se vacinar duas vezes - a segunda dose deverá ser tomada depois de 10 anos. Depois disso, a pessoa ficará imune por toda a vida.
 
 
Para áreas epidêmicas da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que é necessária apenas uma dose – a chance de o corpo entrar em contato com doença por uma segunda vez antes de perder a proteção é grande. Tal contato reforça a criação de anticorpos e funcionaria como uma segunda dose.
 
 
 
6. A doença vai se espalhar por todo o Brasil?
 
 
Depende. De acordo com os especialistas, se a população de Minas Gerais e das áreas afetadas passar por uma boa vacinação de contenção, o surto irá diminuir. Todas as pessoas residentes nas regiões dos casos devem ser imunizadas.
 
 
O Ministério da Saúde informou que todos os estados estão abastecidos com a vacina e o país tem estoque suficiente para atender toda a população nas situações recomendadas. O órgão disse, ainda, que enviou 735 mil vacinas ao estado, totalizando mais de 1 milhão de doses ao estoque de Minas Gerais.
 
 
 
7. Quais os sintomas da febre amarela?
 
 
A doença se torna aparente de três a seis dias após a infecção, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais são febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maior parte das pessoas apresenta uma melhora após tais sintomas.
 
 
Cerca de 20% a 40% das pessoas que desenvolvem a versão mais grave da doença (15% do total de infectados) podem morrer.
 
 
 
 
Fonte: G1.


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