A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu dez pessoas na manhã desta quarta-feira (24) suspeitas de fraudar exames para obtenção da carteira de habilitação. Os suspeitos usavam sósias dos candidatos nas provas práticas e teóricas. A quadrilha cobrava entre R$ 3 mil e R$ 6 mil dos candidatos.
A ação teve como alvos examinadores, despachantes e autoescolas de Ceilândia,Taguatinga, Brazlândia e Santa Maria. De acordo com a polícia, integrantes da quadrilha abordavam candidatos em portas de clínicas psicotécnicas e autoescolas.
A polícia disse não haver prova de que autoescolas estavam envolvidas nas fraudes. A investigação aponta que o esquema era operado por instrutores de ao menos três autoescolas e funcionários de clínicas. Eles foram indiciados por formação de quadrilha e falsidade ideológica e podem pegar até 12 anos de prisão.
Os agentes identificaram também 12 pessoas que compraram carteiras de habilitação, mas somente oito foram encontradas em seus endereços. Elas foram indiciadas por falsidade ideológica e terão as habilitações canceladas.
A investigação começou na Delegacia de Coordenação de Crimes Contra o Consumidor em novembro do ano passado, após denúncia do Detran. O órgão verificou que assinaturas de candidatos não correspondiam às dos documentos apresentados.
A operação foi batizada de Análogos – devido ao uso de sósias nas provas. Além dos mandados de prisão, a polícia cumpria pela manhã 22 mandados de busca e apreensão. Segundo a Polícia Civil, 160 agentes, 8 delegados, 10 escrivães e servidores do Detran participaram da operação.
Controle biométrico
O diretor-geral do Detran, Jaime Amorim de Souza, disse que o órgão vai determinar a instalação de câmeras nos veículos das autoescolas usados na aulas práticas e implantar um sistema biométrico de identificação de candidatos por meio de digitais. O sistema vai ser desenvolvido com a Polícia Civil, afirmou. Souza disse que 30% dos candidatos devem passar pelo controle até o dia 25 de março.
De Brasilia D. F.
COCS.