Polícia Federal desmantela ?bando do cigarro?


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Jornal O Avaré 13/10/2016 01:03:46

Batizada de Mortalha - nome informal para papel que se embrulha cigarro e para tecido que se envolve os mortos -, uma operação da Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), prendeu, na manhã dessa terça-feira (11), 14 pessoas, sendo cinco delas em Bauru, onde funcionava um dos três núcleos do grupo. Todos são acusados de integrar uma organização criminosa que lucrava milhões com o contrabando de cigarros de origem paraguaia.
 
 
Os nomes dos presos não foram divulgados pela Polícia Federal. Os produtos entravam no País por meio de barcos, que atravessavam a fronteira em Foz do Iguaçu. Lá, eram integrados a um sistema de logística terrestre, chefiado por núcleos da quadrilha em Bauru, Lins e em Maringá (confira no quadro acima).
 
 
"O grupo conhecia bem a rotina de fiscalização nas rodovias. Eles eram equipados com rádios comunicadores e a carga, que seguia em vans ou caminhões, viajava sempre com veículos batedores (que seguiam à frente e alertavam sobre a fiscalização)", comenta o delegado da PF Olavo Farinelli.
 
 
"Logo que uma carga era apreendida, outras eram enviadas pela rodovia na sequência, assim como um advogado para a libertação dos detidos", acrescenta o delegado Irochi Tamura Neto, também responsável pelas investigações.
 
 
 
PRISÕES
 
As investigações tiveram início após apreensão de cigarros ocorrida no final de janeiro deste ano em Bauru. Por meio de monitoramento telefônico, dos números obtidos com a pessoa detida na ocasião, a polícia chegou a outros integrantes do bando, responsáveis pelo fornecimento, aquisição, transporte, guarda e distribuição dos cigarros.
 
 
Bauru, inclusive, era sede de um dos núcleos da quadrilha, que organizava toda a logística e distribuição dos produtos. O "QG" ficava na região do Jardim Petrópolis e Vânia Maria, mesmos bairros onde ocorreram as prisões ontem. Todos já estavam com mandado de prisão preventiva decretado. Segundo o JC apurou, um dos detidos é conhecido no meio policial e já teria sido preso pela própria PF.
 
 
Os outros dois núcleos do bando funcionavam da mesma forma nas cidades de Lins, no bairro Boa Vista, e em Maringá, no Paraná. E todos possuíam comunicação entre si.
 
 
 
MAIS PRISÕES
 
Além das cinco prisões preventivas em Bauru, também foram cumpridos outros seis mandados do mesmo tipo em Lins, Ourinhos e Avaí. Quatro investigados permaneciam foragidos até o fechamento desta edição.
 
 
A operação, que contou com participação de até 100 policiais, também cumpriu oito mandados conduções coercitivas, dos quais três acabaram virando prisão em flagrante, após os acusados serem surpreendidos na prática do crime. Uma arma calibre 38 foi apreendida.
 
 
 
APREENSÕES
 
Outros 23 mandados de busca e apreensão, também expedidos pela 1.ª Vara Federal em Bauru, foram cumpridos em diligências nas cidades paulistas de Arealva, Ourinhos, Promissão e Lins, e nas cidades paranaenses de Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu.
 
 
No total, 15 veículos, entre caminhões e carros, além de rádios comunicadores não outorgados pela Anatel, foram apreendidos na operação.
 
 
O procurador da república Fábio Bianconcini de Freitas aguarda o inquérito da PF para oferecer a denúncia contra todos os acusados pelos crimes de organização criminosa e contrabando, cujas penas, são de três a oito anos e de dois a cinco anos, de reclusão, respectivamente.
 
 
 
 
LUCRATIVA
 
Em três meses de investigação, 16 pessoas foram presas em flagrante e 1,4 mil caixas, com 700 mil maços de cigarros estrangeiros das marcas Eight e Mill, foram apreendidas. Cada caixa era negociada por até R$ 1 mil com revendedores, ou seja, só de apreensão, foram contabilizados R$ 1,4 milhões. “São produtos não registrados pela Anvisa e que possuem comércio ilegal intenso. Era uma organização com uma estrutura bem sólida, organizada e que lucrava altas quantias”, avalia o procurado Fábio Bianconcini.
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: JCNET.


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