O comerciante de 35 anos que pilotava a moto aquática com Thaís Aparecida de Oliveira, de 21 anos, afirmou em depoimento à polícia que o colete salva vidas da jovem saiu quando ela caiu na água. “Ele contou que viu o colete saindo assim que mergulhou. A perícia vai verificar se o equipamento era ideal para o tamanho dela ou se tinha falhas”, revela o delegado de Paranapanema (SP), Roberto Theodoro de Oliveira.
Thaís caiu da garupa da moto aquática, foi levada pela correnteza e morreu no Rio Paranapanema no sábado (23). O corpo foi localizado apenas nesta terça-feira (26), após 60 horas de trabalho das equipes de buscas. Thaís foi enterrada no fim da tarde desta terça-feira em Angatuba (SP), cidade onde morava.
O piloto do veículo vai responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), pois não tinha licença da Marinha do Brasil.
“Ele [o comerciante] falou que estava em processo de compra da moto aquática e que quando estava no meio do rio houve uma pane. Os dois caíram na água, mas só ele conseguiu se salvar”, afirma Oliveira.
Ainda de acordo com o delegado, não há informação se o homem estava embriagado no momento do acidente. O comerciante é solteiro e dono do rancho em Paranapanema, mas vive em São Paulo (SP), onde já retornou após prestar depoimento. “Se precisarmos conversar com ele novamente iremos chama-lo. O inquérito deve ser concluído em 30 dias”, ressalta o delegado.
Thaís passeava de moto aquática após ser convidada por uma amiga para conhecer os turistas em um rancho às margens do rio, diz a Polícia Militar. Ela foi enterrada ainda na terça-feira em Angatuba (SP), cidade onde morava.
Trabalhos de buscas
O corpo de Thaís Aparecida de Oliveira estava enroscado em um trecho de vegetação do Rio Paranapanema. Os trabalhos de busca duraram mais 60 horas pelos bombeiros de Itapetininga (SP) e Avaré (SP) com auxílio de homens da Marinha do Brasil, parentes e amigos da vítima e vizinhos.
“Hoje tivemos o êxito de encontrar o corpo e entregar à família. Foi um trabalho muito cansativo, com várias equipes. Aqui é um bairro de pescadores e tivemos muita ajuda, porque eles estão acostumados com o ambiente do rio e dos perigos. Nos ajudaram muito”, conta o cabo Antônio Marcos Gabaldo, do Corpo de Bombeiros.
O acesso ao local é difícil e a vegetação tem aproximadamente 4 metros de profundidade. Apenas pescadores em barcos e com habilitação costumam navegar neste trecho do rio que também faz limite com Angatuba e Campina do Monte Alegre (SP). “É preciso ter habilitação, a licença da Marinha do Brasil, ter um registro do equipamento e também um seguro obrigatório que é cobrado todo ano para quem é condutor dessas embarcações”, salienta Gabaldo.