O aumento da população 60+, corresponde há mais de 37 milhões de brasileiros (IBGE, 2021). No Dia Internacional do Idoso, 1º de outubro – instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) o Método SUPERA Ginástica para o cérebro, faz uma trilha para te ajudar a evitar termos preconceituosos e há ter melhores comportamentos em relação aos idosos, um olhar necessário para todos nós. Confira:
1. Velhice não é doença – CID11 - Envelhecer é uma conquista e um direito da humanidade, reconhecido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) ao publicar o “Relatório Mundial de Envelhecimento Saudável”, em 2015, trazendo o conceito de autonomia e saúde e destacando que a velhice seria o resultado das influências biopsicossociais em nosso curso de vida, sendo, portanto, heterogênea e individualizada. No entanto, o preconceito com o envelhecer vai além e em janeiro de 2021, a mesma OMS classificou a velhice como doença (CID-11) o que, segundo a Professora Doutora Thais Bento Lima, gerontóloga parceria científica do Método SUPERA, contribui ainda mais para o descaso e para os estereótipos com a pessoa idosa. “Tratar a velhice como uma referência diagnóstica poderá comprometer, por exemplo, a realização de uma investigação clínica mais detalhada de uma doença específica deste período, quando esta apresentar sinais e sintomas inespecíficos, que são bastante comuns na velhice. Assim, se o paciente tiver 60 anos ou mais, o médico poderá apenas entender que se trata de um problema de “velhice”. Além disso, seguindo esta linha de raciocínio, dados utilizados para o embasamento da criação de políticas públicas também poderão ser comprometidos, porque eles não refletirão as causas de óbitos de maneira fidedigna”, alertou a especialista.
2. Idadismo... já ouviu falar? - Para entender o preconceito contra pessoas idosas, é preciso entender o conceito de idadismo. O termo é utilizado no meio acadêmico para tratar do preconceito relacionado à idade, colocando na maior parte das vezes o jovem como um ser superior ao idoso, tornando-o descartável para a sociedade. “Na prática é muito simples entender o idadismo a partir de questões simples ligadas ao nosso dia a dia, como propagandas e programas de TV, piadas e publicações preconceituosas em redes sociais, satirizando os idosos em diferentes momentos de suas rotinas”, explicou Thais Bento.
3. Dando adeus a termos pejorativos - “Vozinha”, “vovó”, “meu véio” ou “cabecinha de algodão”, “Meu amor”, “Florzinha”... Por mais que pareçam carinhosos e repletos de espontaneidade, alguns termos podem soar ofensivos e preconceituosos para quem já passou dos 60 anos. Mais do que simples “apelidos”, os termos citados quando aplicados de forma pejorativa reforçam na sociedade um comportamento de descarte e exclusão as pessoas que já passaram dos 60 anos. “Um exemplo simples que nos ajuda a enxergar o problema com mais clareza é que os termos “velho” e “avô/avó” não são sinônimos. Logo, nem todo idoso será avô de alguém. Caso você opte por não ter filhos, não assumirá esse papel social quando velho, e pode se sentir desconfortável ao ser abordado como tal. Portanto é sempre importante nos atentarmos aos estereótipos”, alertou.
4. Uma população economicamente ativa - Durante a pandemia, com acentuação dos números de desemprego no país, milhões de idosos assumiram com os seus benefícios sociais as despesas de famílias inteiras sendo em muitos casos os principais provedores da casa. No passado os idosos não eram considerados uma população economicamente ativa e tinham seus direitos violados. “Os benefícios sociais que são pagos aos idosos representam hoje uma parcela significativa da economia brasileira. Este dinheiro vem das mãos de pessoas que contribuíram o país e que, no período destinado ao aproveitamento de seu tempo por vezes precisam voltar a trabalhar para somar esses ganhos a suas aposentadorias, devido a fatores sociais, como perda de direitos conquistados e o aumento de custos para o acesso a serviços e à oportunidades de uma melhor qualidade de vida”, lembrou Thais.
5. Mais anos de vida ou mais vida aos anos? - É importante destacar que não existe um “velho típico”: a única coisa que há em comum entre os idosos, ao menos de uma mesma nação, é a sua idade cronológica (60+ em países em desenvolvimento e 65+ em países desenvolvidos)”, disse. Ainda segundo Thais Bento, embora todos passemos por alterações fisiológicas naturais do envelhecimento, elas não nos tornam doentes. “As mudanças são próprias da nossa idade e, por conseguinte, não possuem um marcador cronológico, o que implica na existência de idosos longevos com uma saúde que pode ser equiparada a de um jovem adulto, além disso a velhice tem suas múltiplas faces, cada indivíduo que está envelhecendo deve ter a sua particularidade respeitada”, lembrou a especialista, que completou “A velhice não é uma doença. É importante que esta informação seja disseminada, por meio de ações educativas e de políticas públicas. E que a longevidade não passe a ser temida pelos velhos e pela sociedade, mas sim, cada vez mais comemorada por toda a sociedade, como uma conquista social e uma importante fase da vida para a realização de sonhos, descobertas de novos significados e de projetos de vida”, concluiu.
Fonte: Jornal do Ogunhê.