A jovem de 29 anos que foi agredida por um pedreiro durante uma tentativa de estupro dentro da casa dela, em Itapetininga (SP), conversou com o g1 sobre a prisão do suspeito, mais de um mês após o crime. Além dela, outras mulheres também relataram que foram vítimas de importunação sexual pelo mesmo homem.
O pedreiro foi preso preventivamente nesta terça-feira (28) depois de se apresentar na delegacia acompanhado de dois advogados. Ele é investigado em dois inquéritos deste ano de crimes de importunação sexual, tentativa de estupro e tentativa de feminicídio.
A vítima do crime mais recente contou que teve a casa invadida pelo pedreiro no dia 27 de agosto, na Vila Carolina. Ela disse que o homem era contratado pelo proprietário da residência que ela alugava e, dias antes, tinha ido até o local para realizar um serviço de pintura.
“Poucos dias depois, ele apertou a campainha, alegando ter que conferir a pintura, para ver se precisava de retoque. Achei estranho, mas como todas as vezes que ele realizou reparos em casa não havia dado nenhum indício de ser um criminoso, eu então permiti a entrada para conferência”, relata a jovem, que preferiu não se identificar.
De acordo com a vítima, o homem entrou na casa e, vendo que ela estava sozinha, tentou abusar dela, mas foi embora quando a jovem ameaçou chamar a polícia.
“Eu tranquei o portão e, em questão de minutos, ele apareceu em cima do telhado e rapidamente desceu para o meu quintal. Ele estava portando uma ferramenta grande e não tive nem tempo para fugir. Ele me agarrou pelo braço e me golpeou várias vezes na cabeça com a ferramenta, causando cinco perfurações, continua a vítima.
Ao g1, a moradora de Itapetininga disse que também fraturou a mão esquerda ao tentar proteger os olhos e o rosto. Ela também contou que gritou por socorro, mas os vizinhos não conseguiam identificar de onde vinham os gritos, já que ela morava nos fundos da casa.
“Até que fiquei fraca e, quase desmaiando, parei de gritar. Ele, pensando que eu estava quase morta, parou de me golpear e fugiu, também pelo telhado. Consegui correr até o portão, e os vizinhos me socorreram.”
Recuperação
Depois do crime, a mulher foi levada ao Hospital Dr Léo Orsi Bernardes, onde passou por atendimento médico e teve alta. Ela também registrou um boletim de ocorrência e fez exame de corpo de delito para constatar as lesões corporais.
Com fraturas nas mãos e na cabeça, a jovem admitiu que está com o psicológico abalado e dificuldades para passar pelo processo de cura. Mesmo assim, ela se pronunciou após a prisão do pedreiro e disse que está decidida a aproveitar a vida.
“A justiça do homem é falha, mas a de Deus, jamais. E agora, depois de ter uma chance de viver, estou decidida a viver cada dia como se fosse o último. Farei valer cada minuto, mesmo estando difícil e penoso passar pelo processo de cura, eu vou vencer”, declara.
“Senti que é meu dever passar um recado às pessoas, principalmente para quem mora sozinho, com crianças em casa, para que não confiem em estranhos jamais, não recebam ninguém em casa quando estiverem a sós. É um risco que pode ser fatal.”
Matéria do G1