O funcionário público de Angatuba (SP) que foi detido dirigindo embriagado uma ambulância pode ser exonerado do cargo. Ele foi abordado pela Polícia Rodoviária na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Piraju (SP), na manhã desta quarta-feira (27). O homem, de 37 anos, é motorista concursado da prefeitura há dois anos.
O teste do bafômetro feito pela polícia na abordagem apontou 0,99 miligramas de álcool por litro de ar, quando o permitido é apenas cerca de três vezes menos: 0,3. O motorista foi apreendido depois que denúncias anônimas apontaram que ele bebeu cachaça em um posto de combustível durante a viagem de Angatuba a um hospital de Jaú (SP). Além dele, no veículo estavam um idoso que vive no asilo da cidade, a enfermeira que acompanhava o paciente e uma pessoa que iria visitar outro morador internado em Jaú.
Segundo o secretário de Segurança e Trânsito de Angatuba, Cláudio Roberto de Lima, um processo administrativo com base no inquérito policial determinará se o motorista será afastado temporariamente do emprego ou se será exonerado. “Vamos aguardar o inquérito para verificar como ele será penalizado. Por enquanto, até o fim das investigações, o motorista ficará afastado do serviço. O Jurídico ainda vai verificar se ele receberá ou não os dias em que ficar afastado.”
O secretário se diz ainda surpreso pela atitude. Em dois anos trabalhando como motorista, essa foi, segundo ele, a primeira vez em que houve problemas relacionados ao funcionário. “Conversei com ele na delegacia, mas ele negou ter bebido e não deu explicações sobre ter feito a rota mais longa até Jaú – quando fazemos o transporte de pacientes normalmente seguimos por um trajeto de Guareí [SP]”, diz.
Em entrevista ao G1, o delegado responsável pelo inquérito, Alberto Correa Filho, afirma que o indiciado pagou fiança de R$ 724 e vai responder em liberdade pelo processo de embriaguez ao volante. Em depoimento, o funcionário justificou ter bebido por estar cansado.
“Foi uma grande falta de responsabilidade. Ele colocou a própria vida, a dos passageiros e de outras pessoas no trânsito em risco. Justificou-se falando que bebeu porque estava cansado de trabalhar, o que não é justificativa, já que, se ele estava cansado, bebendo cachaça só o deixaria menos apto para dirigir. Disse que parou em um posto e bebeu uma dose de cachaça, mas a informação que temos é de que ele ingeriu bebida alcoólica também antes de começar a viagem”, revela.
Ainda segundo o delegado, o inquérito deve ser concluído até 11 de setembro. “Como trata-se de um flagrante, o inquérito não deve demorar para ser terminado. Precisamos ouvir alguns dos passageiros da ambulância além de um laudo que aponta o quanto o álcool medido pela respiração dele corresponde na corrente sanguínea. A parte sobre ele perder a CNH [Carteira nacional de Habilitação] ou ficar sem o direito de dirigir por um período fica a cargo do Detran [Departamento Estadual de Trânsito]”, explica.