Moradores do bairro Costa Azul, em Avaré (SP), estão indignados com a situação do local chamado de balneário. Próximo à represa de Jurumirim, o local recebe turistas que buscas lazer principalmente nos fins de semana, feriados e período de férias escolares. Segundo quem vive no bairro, a área está abandonada e com obras inacabadas.
Em 2012, por exemplo, a prefeitura iniciou obras para construção de uma calçada às margens da represa. Além do calçadão, o local receberia também quiosques, banheiros e posto de bombeiros. No entanto, os trabalhos foram interrompidos para adequações nos pontos de captação de água da chuva e não foram mais retomados. Mais de R$ 1 milhão foi investido e até agora os moradores não viram retorno.
O advogado Idio Antônio e Silva que vive na região, conta que ver as obras paradas é motivo de revolta. “Indignação com o andamento dessa obra que não termina nunca. Ninguém sabe explicar, não tem nem placa indicando quem está fazendo essa obra ou indicação de engenheiro responsável. Nós não sabemos o montante de dinheiro, e onde foi empregado”, comenta.
O problema não é só na obra do calçadão. A maior parte das ruas do bairro não tem asfalto, nem calçamento e os carros passam com dificuldades. De acordo com o morador Alessandro Guimarães, quando chove é ainda pior. Em uma das ruas, por exemplo, os moradores tiraram dinheiro do próprio bolso para melhorar a situação, colocando pedras. “Se você andar pelas ruas não tem condições. Em época de chuva veículos ficam atolados e trator tem que vir tirar. Em algumas ruas os próprios moradores têm que tirar do bolso para arrumar. É uma rua até que dá acesso à escola e isso é graça aos moradores”, destaca.
Outra moradora, a dona de casa Maria Zilda, reclama que até mesmo a troca de lâmpadas que queimam é difícil. Ela afirma que uma lâmpada chegou a ficar seis meses sem funcionar. Os moradores pediram a troca, mas nada foi feito. Eles decidiram fazer o serviço que competia ao município. “A gente comprou a lâmpada. O meu marido e mais alguns vizinhos seguraram a escada e eu troquei a lâmpada. Fizemos isso sim porque chamamos eles para trocarem e nem isso eles fizeram. E está lá a lâmpada até hoje”, conta.
Já em um local onde deveria estar uma praça, o que se encontra é um amontoado de galhos. Na área há placas da prefeitura orientando para que o lixo não seja jogado no espaço, mas não é o que ocorre.
Outra reclamação é sobre a insegurança. O aposentado Jair da Silva comenta que a há uma base da Policia Militar, mas que vive fechada. “Quando reclamamos, eles dão retorno por 15 dias ou um mês, mas depois somem daqui. Há muito descaso com o Costa Azul. Parece mais terra de ninguém. Aqui todo mundo faz o que quer”, reclama.
Para ajudar a resolver os problemas do local, a moradora Sandra Maximino foi escolhida pela prefeitura, no início do ano, para representar os moradores. A diretora administrativa conta que tem repassado as reclamações para as secretarias responsáveis, mas a resposta é sempre a mesma. “Falam que não têm no momento verbas para arrumar lâmpada. Isso faz falta para nós. Dizem também que não há maquinário para trabalharem”, ressalta.
Em nota, a Prefeitura de Avaré informou que o maquinário para resolver o problema das ruas do bairro Costa Azul está em manutenção. O prazo dado para começar os reparos é o início de novembro. Com relação a iluminação, a prefeitura informou que a licitação para a compra das lâmpadas está em andamento e na primeira quinzena de novembro a troca será feita.
Sobre a paralisação das obras a prefeitura informou que elas precisaram ser interrompidas para adequação das bocas de lobo. Até agora foram investidos aproximadamente R$ 1,3 milhão. A previsão é que a obra seja retomada no prazo de seis meses. Parte da obra, segundo a prefeitura, continua em andamento, que é a construção do quiosque.
Já a Polícia Militar disse que faz patrulhamento na área, mas os moradores também podem solicitar a viatura pelo telefone 190. Afirmou ainda que em época de alta temporada, o policiamento é intensificado.