Um vazamento de esgoto no Bairro São Judas em Avaré (SP) fez com que uma moradora registrasse uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF). A funcionária pública Eulália Rodrigues Alves, responsável pela iniciativa, diz que tenta há anos o fim do problema e cobra respeito do poder público: “Todos que passam por aqui perguntam que cheiro é esse. Muitos anos já sendo feito requerimentos, em vários governos sem ninguém atender. Eu pago imposto, estou dando a cara a tapa e quero respeito. A mesma dignidade que estou em reclamar a tantos anos eu quero resposto”, exclama.
O MPF repassou a denúncia à procuradoria de Avaré que vai investigar a situação para identificar os responsáveis. A Prefeitura afirma que vai fiscalizar o local e notificar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), e que a companhia tem 72 horas a partir da notificação para uma solução para evitar multa. Já a Sabesp informou ainda que não há irregularidades e as redes da companhia operam normalmente no local.
Para os moradores, porém, a irregularidade existe e causa incômodo. O vazamento fica ao lado da linha de trem na Rua Vital Pereira de Andrade. “O cheiro é horrível, na hora do almoço a gente não consegue comer direito, quanto mais calor mais o cheiro exala. Do jeito que está não dá, está muito difícil”, reclama o funcionário público Luis Carlos Leme.
O problema é visível mesmo com a vegetação que cresce ao redor. Segundo os moradores, o esgoto vem do Bairro da Biquinha, que fica do outro lado da linha do trem. Na área há também uma tubulação deixada de lado, diz a dona de casa Vera Lúcia Soares. “É horrível por causa do mau cheiro, e não só isso, mas quando vemos a grama crescendo ao lado, a área verde, e ninguém faz nada. É complicado.”
O esgoto chega também a uma área verde do município, que fica em frente ao vazamento. Por fim, o que era para ser um local de preservação ambiental está completamente sujo: pneu de moto e partes de um móvel de madeira foram jogados no córrego. O aposentado Silvio Aparecido Lazarini mora ao lado do problema, e conta que quando pode ajuda a manter tudo limpo, mas diz que cansou de trabalhar sem apoio. “É até chato ir até lá (prefeitura), porque um joga para o outro. O pessoal do Meio Ambiente veio aqui e diz que o problema não é com eles, indicaram a garagem da prefeitura, que nos indicou a Sabesp, aí fala que não é com ela. É realmente um ‘jogo de empurra’”, lamenta.
Sobre o problema na área que deveria ser preservada, o Executivo informou que a Secretaria de Serviços vai realizar a limpeza no local. E a Sabesp disse que uma equipe fez os consertos e a desobstrução da tubulação, na sexta-feira (3), durante vistoria.