Mãe que soube de estupro de garoto ao ir a dentista vai procurar psicólogo


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Jornal O Avaré 28/08/2015 11:37:15

Vou atrás de apoio psicológico, mas ele está bem', diz moradora de Avaré. 
Garoto pegou HPV depois de ter sido abusado sexualmente, afirma a polícia.

 

 

A mãe que descobriu que o filho havia sido estuprado após levá-lo ao dentista em um posto de saúde em Avaré (SP) disse nessa quinta-feira (27) que vai procurar por ajuda psicológica para o garoto. A afirmação foi feita por entrevista via aplicativo de celular. Ela disse que todos estão muito abalados e se recusou a conversar por telefone com a reportagem doG1. "Não posso falar sobre isso que só choro. Não quero que ele se exponha mais do que já está", disse. 

O garoto tinha uma ferida na boca e mãe o levou a um posto de saúde na cidade. A dentista na época suspeitou que ele tinha HPV, uma doença sexualmente transmissível. Após três consultas com a equipe médica do local, foi confirmada a suspeita devido ao formato e coloração. Pressionado pela mãe, ele contou que foi abusado pelo vizinho, de 21 anos. De acordo com informações da Polícia Militar, o suspeito foi preso na terça-feira (25) e nega as acusações.

'Estamos expostos'
A mãe afirmou ainda que toda a família do garoto está exposta depois da repercussão do caso. "Vou deixar a polícia resolver e esperar os resultados dos exames", afirmou.  Ela contou ainda que o garoto não demonstra inquietação após o fato. "Graças a Deus ele está bem, apesar de tudo o que aconteceu com a gente. Não consigo falar muito porque me bate o desespero. Nós estamos perdidos", afirmou. Ela disse ainda que deve procurar por um psicólogo particular.

Entenda o caso
Depois que a criança contou com riquezas de detalhes sobre local, horário e até mesmo sobre as tatuagens do suspeito ao delegado, a mãe reconheceu o vizinho. "Nós o prendemos por 30 dias, preventivamente”, explica o delegado de Avaré, João Luiz de Almeida. O menino fez ainda um exame, que deve confirmar a doença nos próximos dias.

Ainda de acordo com Almeida, o abuso sexual aconteceu em maio quando o menino brincava na rua de casa, na Vila Esperança. “A criança contou que foi levada à força até ao quintal de uma casa vizinha e que fica desocupada durante o dia e foi obrigada a fazer sexo oral. A data ainda coincide com o tempo em que o homem estava livre da prisão na casa onde mora – ele tem passagens por tráfico de drogas”, diz.

A dentista que fez o atendimento à vítima, e que não quer se identificar, conta que a mãe achava que as feridas eram resultado de mordidas. Mas o HPV é característico por ter “verrugas” com manchas brancas, diz ela. “Retiramos a ‘verruga’ e entregamos para autópsia que deverá  confirmar o HPV. Agora é torcer para que a lesão não volte, senão será preciso medicar.”

O suspeito de ter abusado da criança não tem sintomas da doença no órgão genital, diz a polícia. Mas a dentista explica que o HPV pode não se manifestar no corpo. “Depende do organismo, do sistema imunológico”, explica. Por isso, o suspeito também fez exames no Instituto Médico Legal (IML) para comprovar a doença.

A polícia aguarda pelos exames que provariam o HPV na vítima e no suspeito. Os resultados devem chegar até a segunda semana de setembro, diz o IML. “O instituto não consegue provar que houve abuso por ter sido na boca, mas se ambos tiverem a mesma doença é outro forte indício da autoria do crime, já que a versão da criança é verossímil”, conta o delegado Almeida.


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