Infestação de planta aquática cobre superfície de lago em Avaré

Problema é decorrente de um vazamento de esgoto em 2014.
Local era usado antigamente como área de lazer e pesca.

Uma infestação de plantas aquáticas transformou o cenário do lago Bertha Bannwart, no Bairro Brabância, em Avaré (SP). A superfície foi coberta por aguapés, um tipo de planta aquática que se reproduz rapidamente quando há poluição. Imagens mostram que o espaço era espelhado pela água em janeiro de 2014. Agora, em 2015, o mesmo ponto lembra mais um campo de futebol com uma vegetação bem verdinha (veja acima o 'antes' e o 'depois'). De acordo com especialista, o fenômeno ocorreu no local devido à poluição.

Placas instaladas pela prefeitura já desde o ano passado indicam que o local está interditado, portanto, nadar ou pescar - prática comum anteriormente-, está proibido por causa do risco de contaminação. Conforme mostra reportagem da TV TEM, mato alto e lixo também são visíveis nas beiradas do local que já serviu como área de lazer e até campeonato de pesca. “Todos os fins de semana a ‘criançada’ vinha brincar e pais vinham pescar. Tinha peixe. Agora não tem mais nada”, relembra a dona de casa Ana Maria da Silva.

Em janeiro de 2014, a G1 mostrou que um vazamento de esgoto na estação elevatória da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que fica ao lado do lago causou a mortandade de vários peixes. Na ocasião, moradores reclamaram do mau cheiro e protestaram pendurando os animais mortos em postes de iluminação. Em seguida, a prefeitura interditou o local. Meses depois, foi flagrado novo vazamento de dejetos na água. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente notificou a Sabesp, empresa responsável pelo serviço de água e esgoto, além de acionar a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). A Sabesp foi multada em mais de R$ 300 mil nos dois casos.

Na última terça-feira (13), a bióloga Ligia Corazza esteve no lago e fez uma análise preliminar da situação. Ela conta que o esgoto que foi lançado na água serviu de alimento para as algas. Além disso, a área está infestada de caramujos africanos, o que deixa o local com risco de contaminação de doenças. “Esse animal pode estar contaminado e transmitir, por exemplo, a leishmaniose”, afirma.

Ainda segunda a especialista, apesar das complicações, existe uma solução para resolver os problemas. “A solução seria a remoção do aguapé para permitir a maior entrada de luz e fazer com que a água circule. A própria natureza vai limpar”, explica.

Em nota, a Prefeitura de Avaré informou que houve uma reunião com os secretários do Meio Ambiente e de Serviços, um engenheiro agrônomo e com o engenheiro do Departamento de Água e Energia Elétrica de Piraju (SP) para discutir o problema. O município pediu autorização da Cetesb para limpeza do lago, que deverá ser feita em duas fases. No primeiro momento será superficial, depois o lago deve ser parcialmente esvaziado para o serviço de desassoreamento.

O serviço foi autorizado pela Cetesb e o prazo para que os trabalhos comecem é de 30 dias. A conclusão das obras está prevista para abril.