A paralisação dos bancários já completa uma semana e não há previsão de término. Além disso, o feriado prolongado associado à greve não causou muitos transtornos aos correntistas de Bauru. Os clientes conseguiram sacar, depositar e pagar as contas através dos caixas eletrônicos ou dos correspondentes bancários. Todavia, nessa terça-feira (13), havia fila logo pela manhã em algumas agências.
Tanto que, em um banco situado na rua Gustavo Maciel, na região central, uma funcionária auxiliava os clientes, que não paravam de chegar. O segurança André Luiz Barbosa, 48 anos, era um deles. “Eu consegui pagar todas as contas através do caixa eletrônico, mas fiquei sem dinheiro em espécie no final de semana, porque não consegui sacar na agência próxima à minha casa, na Vila Falcão”, revela.
Por outro lado, a operadora de telemarketing Jaqueline Olimpio, 22 anos, não teve qualquer dificuldade desde que a paralisação começou, no último dia 6. Em outra agência, localizada na rua Rio Branco, na região do Jardim Estoril, o representante comercial Antônio José Pereira, 47 anos, conseguiu fazer um depósito, mas reclamou da fila. “Desde o começo da greve, não enfrentei problemas para fazer as operações bancárias, só tumulto mesmo”, acrescenta.
Conforme o JC noticiou, iniciada no último dia 6, a paralisação ganhou adesão de bancários de outros municípios, fato que levou o índice de adesão da região para 61,4%, segundo o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/CSP-Conlutas. Além disso, Agudos, Arandu, Avaré, Cabrália Paulista, Lençóis Paulista, Lucianópolis, Santa Cruz do Rio Pardo e Ubirajara estão com todas as agências fechadas. Em Bauru, permanece o índice de 87,5% das 72 agências fechadas, quantia alcançada já no primeiro dia de greve.
Em pauta
Em relação às reivindicações, a categoria luta por reajuste de 32,21%, que inclui as perdas salariais referentes aos oito anos do governo do Fernando Henrique Cardoso (FHC), a inflação dos últimos 12 meses e o aumento médio do recebimento dos ativos dos 15 maiores bancos. Os bancários também propõem a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) linear, além do fim das metas, das terceirizações, das demissões imotivadas e da mesa única de negociações.
Quanto aos bancos públicos, Maria Bueno de Camargo, do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região/CSP-Conlutas, defende que existe ainda maior defasagem salarial. Para se ter uma ideia, a categoria pede reajuste de 94,51%, sendo 62,3% referentes às perdas acumuladas durante os oito anos do governo FHC. Os banqueiros receberam a pauta de reivindicações em agosto deste ano. “Porém, nós ainda não recebemos nenhuma contraproposta”, argumenta.
Em nota, a assessoria de imprensa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) esclarece que a proposta econômica apresentada pelo órgão, prevendo reajuste salarial, pagamento de abono e PLR foi recusada pelas lideranças sindicais. Portanto, a Febraban aguarda uma nova proposta por parte dos bancários para dar continuidade às negociações e chegar, finalmente, a um acordo.