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Achegada do inverno pede atenção redobrada aos problemas cardíacos e circulatórios. As baixas temperaturas provocam a vasoconstrição, que seria a contração dos vasos sanguíneos, favorecendo, portanto, o aparecimento ou o agravamento de doenças relacionadas ao sistema circulatório e cardiovascular.
O diretor do Departamento de Urgência e Unidades de Pronto Atendimento (DUUPA) da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Antônio Sabbag, confirma que em Bauru também é perceptível o aumento do número de problemas do gênero. “É difícil mensurar de forma exata, mas há um aumento, sim, entre os meses quentes e os meses mais frios, justamente por essa questão”, aponta.
Dados da própria pasta confirmam que entre janeiro (no auge do verão) e abril (no começo do outono), houve 50% mais casos de Síndromes Coronarianas Agudas (que envolvem infarto do miocárdio ou angina), e 35% de aumento nos casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Os números absolutos, contudo, não foram fornecidos, mas a evolução proporcional em Bauru segue a tendência observada ao redor do mundo, até com valores mais expressivos do que a média global.
Pesquisas científicas apontam elevação na ordem de 20% a 30% de problemas cardíacos e circulatórios nos períodos mais frios, em comparação aos meses quentes do ano, de uma maneira geral em diversos países.
Risco
Sabbag, que também é médico, destaca que todas as pessoas estão suscetíveis, mas alguns grupos precisam estar ainda mais atentas aos riscos. “Quem tem hipertensão, por exemplo, tem mais chances de desenvolver algum problema. Então nesta época mais fria a pessoa deve evitar se expor demais, deve usar um agasalho”, comenta. “O choque térmico é complicado, porque a vasoconstrição pode desencadear um infarto ou AVC”, pontua.
O médico cardiologista Nilcélio Leite Melo concorda com as orientações de Sabbag. “O principal é a pessoa se proteger do frio. Usar roupas que aqueçam bem o corpo, evitar se expor a ambientes com baixas temperaturas, e caso seja realmente necessário ir a ambientes externos, se agasalhar bem. Tomar bebidas quentes como chá ou café, desde que seja com moderação, também pode ajudar”, reitera.
Melo cita que quatro fatores elevam as chances de infartos e AVC: hipertensão, diabetes, colesterol elevado e tabagismo. “A hipertensão é muito perigosa, até por ser uma doença quase sempre silenciosa. Então é importante que todas as pessoas façam exames periódicos, com a aferição da pressão arterial. E caso constatada a hipertensão, o tratamento deve ser seguido à risca, conforme a orientação médica”, relata.
“Muitos pacientes acabam deixando de lado a medicação porque não apresentam sintomas, mas isso é um erro”, completa o cardiologista.
Fique atento aos sintomas do infarto
O infarto mata aproximadamente 80 mil brasileiros anualmente, mas um socorro rápido pode reduzir as chances de óbito. Entre os sintomas principais estão a dor no peito, que pode irradiar para o braço, sudorese, palidez e náusea. “Identificando estes sintomas, é fundamental que a pessoa seja socorrida com rapidez. Cerca de 50% morrem antes mesmo do socorro. Ao chegar ao hospital, o paciente vítima de infarto é levado ao setor de hemodinâmica e submetido a um cateterismo, identificando onde está a obstrução. A desobstrução é feita com a angioplastia, com a prótese stent”, resume o cardiologista Nilcélio Leite Melo. Um dos mitos sobre o infarto é se a pessoa pode vomitar ou não, caso tenha náusea. “O fato da pessoa vomitar não interfere em nada para agravar ou melhorar o quadro. Isso não é determinante. O mais importante é o atendimento ser o mais rápido possível”, conclui Melo.
Fonte: JCNET.
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