Falta de estrutura em pontos de ônibus gera reclamações na região


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Jornal O Avaré 29/01/2015 08:49:44

Problemas são encontrados em Itapetininga, Tatuí, Itapeva e Avaré (SP).
Algumas prefeituras informaram que as falhas estão sendo resolvidas.

 

 

Moradores de Itapetininga (SP), Tatuí (SP), Avaré (SP) e Itapeva (SP) reclamam de um problema semelhante: a fala de estruturas em pontos de ônibus de bairros. São casos de falta de cobertura e bancos, mato alto e falta de sinalização. No caso de algumas cidades, o poder público informou que está resolvendo o problema. Já em em outras, a prefeitura alegou não ter total responsabilidade pelos transtornos.

Conforme mostra reportagem exibida pela TV TEM, em Itapetininga os problemas são encontrados no Bairro Gramados, no Jardim Casagrande e na Vila Arruda. No primeiro dos bairros, esperar o ônibus no ponto é praticamente impossível, já que no local não há calçada e o mato alto toma conta. Já no Jardim Casagrande, na Rua João Batista Gavião, não dá para identificar a indicação na placa. Muitos moradores de outros bairros não conseguem até mesmo localizar onde é o ponto.

Situação semelhante na Rua João Flávio Soares Hungria, na Vila Arruda. O ponto fica ao lado de um poste, e próximo a ele há a sinalização. O que define o local como ponto de ônibus é uma marca laranja parecida com uma cruz pintada no poste. O símbolo é reconhecido apenas pelos motoristas dos ônibus. O assistente de RH Bruno de Lima Baltazar reclama que ninguém sabe direito onde o veículo para no bairro. “Eu não sei se posso descer ali ou aqui. Fica uma confusão”, afirma.

Além da falta de sinalização, faltam também coberturas. A dona de casa Edite Maria Meira espera a chegada do ônibus com a sombrinha nas mãos, porque sem ela se queimaria com o sol.

A Prefeitura de Itapetininga informou, por meio de nota, que já corrigiu o problema de sinalização no ponto da Vila Arruda. Disse ainda que enviou equipes das Secretarias de Trânsito e Obras para realizarem os reparos necessários nos outros locais. A prefeitura explica também que a responsabilidade pelos pontos é conjunta entre o município e a empresa terceirizada. E que nas próximas semanas uma ação conjunta vai verificar as necessidades dos bairros.

Tatuí
Em Tatuí a situação atrapalha a rotina de moradores nos bairros Jardim Nossa Senhora de Fátima, Residencial Atlântica e Vila Brasil. Questionada sobre os problemas, a prefeitura informou que encontra dificuldades para instalar pontos em algumas calçadas porque alguns moradores não permitem a colocação do ponto em frente ao imóvel.

Ponto de ônibus é cerca por mato em Tatuí (Foto: Carlos Alberto Soares/ TV TEM)
Ponto de ônibus é cerca por mato em Tatuí
(Foto: Carlos Alberto Soares/ TV TEM)

No Jardim Nossa Senhora de Fátima, o ponto de ônibus não tem bancos e nem cobertura. A promoter Eliana Bueno Ferreira precisa pegar o transporte coletivo todos os dias. Como o ônibus passa a cada 45 minutos, tem que esperar de pé embaixo de chuva ou sol. “É sol e chuva na cabeça”, reclama.

A situação é ainda pior para os idosos. É o caso da aposentada Maria Aparecida Soares Coelho, de 81 anos. Ela consegue andar apenas com a ajuda de uma bengala, chega cansada ao ponto, e afirma que seria essencial um lugar mais adequado para esperar o ônibus. “É uma falta de respeito, pelo amor de Deus”, lamenta.

Pela cidade, vários outros pontos de ônibus são assim. Alguns com apenas um poste com a placa indicativa. Na Vila Brasil, parte do banco de concreto do ponto está destruída e a cobertura rachada. No Residencial Atlântica, a dificuldade é o mato alto que toma conta da calçada. O motorista Gabriel Alexandre costuma pegar ônibus no local e reclama: “Está ruim para nós aqui. É uma vergonha, logo na entrada da cidade. Está feia a coisa”, diz.

Mesmo com a falta de permissão dos moradores para instalar pontos nas calçadas, a Prefeitura de Tatuí afirma que implantou 25 novas coberturas desde agosto de 2014 e que continua fazendo a manutenção dos pontos pela cidade. E que recentemente foi firmado um novo acordo entre a prefeitura e a empresa que opera no município para que mais quatro unidades sejam instaladas.

Avaré
Os problemas com pontos de ônibus em Avaré são encontrados no Bairro Brabância e no Bairro Costa Azul. Mato alto e falta de cobertura são as reclamações. A prefeitura informou que já começou um cronograma de manutenção nos bairros e está sendo elaborado um projeto de lei para repassar à iniciativa privada os pontos de ônibus.

Apenas o banco sobrou do que era o ponto de ônibus (Foto: Reprodução/ TV TEM)
Apenas o banco sobrou do que era o ponto de
ônibus (Foto: Reprodução/ TV TEM)

No primeiro dos bairros, a falta de manutenção fez com que o mato tomasse conta do lugar. Por isso, fica complicado esperar o transporte coletivo. E a mesma situação se repete em outros locais. “É muito péssimo, principalmente aqui no nosso bairro. Tem o do Plimec tem aqueles matos, eu pego ônibus no mato. Aqui quando chove molha tudo a gente. O outro perto da escola também, é tudo ruim”, reclama a dona de casa Marlene Rissi.

A cidade conta com alguns pontos em condições de uso, mas não é o caso da maioria. Grande parte deles não tem cobertura, com isso os passageiros tem que esperar no sol ou na chuva. No bairro Costa Azul além do mato, o ponto perdeu a proteção do teto e está bastante depredado. Em um ponto de outra rua até tinha cobertura e assento, mas o que sobrou foi só um monte de concreto abandonado. “Acho um horror, porque a gente tem que ficar no sol, no meio do mato, com criança ainda. É uma situação precária”, lamenta a costureira Rosenilda Amâncio.

A prefeitura explica ainda que a empresa vencedora da licitação vai administrar e fazer a manutenção destes serviços, em contrapartida irá explorar a publicidade nestes locais. O projeto deve ser encaminhado à Câmara de Vereadores em 60 dias.

Itapeva
Em Itapeva a situação é um pouco diferente, mesmo assim também há problemas. No Centro os pontos estão em boas condições, mas em alguns bairros a reclamação é sobre falta de sinalização. A prefeitura foi questionada sobre as reclamações, mas até o momento desta publicação não deu respostas.

No município, das 370 paradas, 90 possuem cobertura e sinalização, principalmente nas principais ruas e avenidas. Quem passa nesses locais não tem o que reclamar. “É bom porque não toma sol ou chuva. Dependendo do horário não atrasa, aqui onde moro não tem o que reclamar”, comenta a balconista Sandra Angélica Rodrigues de Lima.

Mas essa não é a realidade de todos os bairros. Em um ponto da Vila Aparecida, na Rua Laudelina Loureiro de Melo, não existe nenhuma indicação de parada de ônibus. Para identificar o ponto, os passageiros contam com duas árvores. Não há nenhuma estrutura. “Tem que ter sinalização, acho que o banco não é muito importante. O importante é ter a cobertura e a sinalização”, reclama a vendedora Mirdes Antônia de Carvalho.

 


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