A estiagem prolongada deste ano mudou a rotina de algumas propriedades rurais na região de Avaré (SP). Para algumas lavouras os prejuízos desse ano são irreversíveis: legumes e verduras não se desenvolveram o necessário. Além disso, a falta de chuva secou alguns açudes.
Um dos agricultores que teve prejuízo é o produtor rural José Aparecido. Ele possui um sítio em Avaré e afirma que precisou investir em um sistema de irrigação para salvar o que pode. Alguns cultivos atrasaram e outros nem vingaram. Pela primeira vez, em três anos, precisou irrigar a melancia, mesmo a fruta sendo resistente às altas temperaturas.
Aliado a isso, os açudes que ajudam a regar a horta estão cada vez mais baixos. “Só vi uma seca igual a essa em 1975, há muitos anos atrás. Quando perdemos arroz, roça, milho, feijão. A partir daí só este ano foi pior”, revela o agricultor.
No sítio do produtor rural Vicente Pavan, em Cerqueira César (SP), a seca também atingiu os açudes. Ele criava peixes em três tanques, mas apenas um ainda resiste à falta de chuva. Dois secaram completamente e a imagem que ficou foi a do solo rachado.
Para que os peixes não morressem, ele fez a soltura na represa de Jurumirim. “Já fizemos uma leva domihno passado [9] e no próximo domingo [16] vamos levar o restante”, conta.
Das mais de dez fontes que minavam água no sítio, só sobrou uma. Mas, a quantidade é suficiente apenas para abastecer a casa. O caseiro do sítio, Adão Ferreira, lamenta a situação. “Se secar fazer o quê? Precisa chover”, conclui.