O resto de lodo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Botucatu (100 quilômetros de Bauru) vira fertilizante com a entrada em operação da Usina de Secagem e Compostagem do Lodo, construída dentro do câmpus da Fazenda Experimental Lageado/Unesp.
A Sabesp foi responsável pela construção de um galpão e instalação de um maquinário para a mistura do composto orgânico, investimento de R$ 810 mil. Já a Prefeitura de Botucatu repassará cerca de R$ 150 mil para aquisição de uma segunda máquina, que fará a tritura de restos de poda de árvore. Esse material será misturado ao lodo produzido pela Estação de Tratamento da Sabesp, localizado também no câmpus da Fazenda Lageado da Unesp.
“A união dos restos de poda com o lodo resultará um novo composto orgânico que poderá ser utilizado nos jardins de praças públicas, hortas comunitárias e pequenos produtores rurais. Além da economia (evita-se gastos com adubo industrializado), o novo composto aumenta a vida útil dos aterros onde esses restos de poda de árvore e lodo eram depositados”, argumenta o secretário municipal de Meio Ambiente, Perseu Mariani.
De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente são recolhidos diariamente de três a quatro caminhões (cerca de 10 m³) de resíduos de poda. Já a Estação de Tratamento de Esgoto da Sabesp, no câmpus Lageado, gera entre 12 m³ a 15 m³ de lodo por dia. O projeto da Usina de Compostagem tem parceria da Sabesp e Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp.
De acordo com a Sabesp, os equipamentos de secagem e compostagem estão instalados em uma área de 1.450 metros quadrados dentro da Estação de Tratamento de Esgoto de Botucatu. A Sabesp já administra outra usina de compostagem em São José dos Campos. O diferencial da usina de Botucatu é por ser um modelo mais compacto e moderno, com processo automatizado que não requer combustão para efetuar a secagem, com a vantagem de não ser agressivo ao meio ambiente.
Para o superintendente da Unidade da Sabesp da região, Mário Eduardo Pardini Affonseca, as vantagens do sistema de aproveitamento do lodo da estação são várias. “Por meio da otimização do processo de tratamento e da aplicação de novas tecnologias, a Sabesp vem obtendo resultados significativos nas estações de tratamento, além de propiciar economia para as empresas e agricultores parceiros e, consequentemente, com impactos positivos ao meio ambiente com a transformação de um dejeto em produto”, explica.
Américo Sampaio, superintendente de Tecnologia da Sabesp, conta que um trabalho semelhante ao da Usina de Compostagem inaugurado em Botucatu é também realizado na cidade de Franca, desde a década de 90, onde 100% do lodo são direcionados à agricultura.
“Em Franca 60 toneladas (de lodo orgânico), por dia, são processados e jogados na agricultura, principalmente no café. Aqui em Botucatu temos um trabalho para que os agricultores passem a utilizar esse adubo”, destaca Affonseca.