Em Roraima, presos denunciam agressões praticadas por agentes penitenciários

Três detentos teriam sofrido agressão durante retorno à unidade prisiona

Sejuc informou que agentes poderão responder processo administrativo.

Três reeducandos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo registraram Boletim de Ocorrência nesta sexta-feira (6), contra uma suposta agressão sofrida durante o retorno para a unidade prisional, após audiência no Fórum Advogado Sobral Pinto, no Centro de Boa Vista.

Segundo relatos dos presos Thiago Alexandre Serra dos Ceús, de 18 anos, Alan Barbosa Castro, de 27 anos e Lucas Silva Santos, de 37 anos, a prática seria frequente durante a saída dos detentos para o comparecimento em audiências.

“Eles [agentes] agem de má fé, ficam dando voltas pelas ruas até pararem e começarem a nos agredir. Usam spray de pimenta também, sem motivo”, alegou Santos. Ele e Castro estão detidos por roubo, Thiago cumpre pena por furto.

Alguns agentes do Grupo de Intervenção Tática (GIT) seriam os responsáveis pelas agressões. De acordo com o advogado e membro da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Roraima, David Maia, após o retorno dos detentos à unidade prisional, houve um princípio de tumulto.

“Nós [OAB] estávamos dentro da penitenciária quando ocorreu o motim. Houve uma discussão entre os agentes e os presos e foi nesse momento em que os outros detentos se aproximaram e inicaram uma revolta. Não aconteceu nada mais grave porque eles conseguiram chegar a um acordo”, comentou Maia. Ele afirmou que os reeducandos estavam no horário de banho de sol e teriam forçado o portão central do presídio.

O Boletim de Ocorrência foi registrado no 5º Distrito Policial. O delegado plantonista, Paulo André, informou que os presos passariam por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e seriam encaminhados ao Distrito competente para serem ouvidos pelo delegado titular.

Sejuc
A assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) informou que depois de apurada pela Justiça a situação, os agentes responsáveis pelas agressões denunciadas poderão responder um processo administrativo e destacou também que tratam-se de servidores que ainda estão no estágio probatório.