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Toda mulher que tem o sonho de ser mãe quer ter o bebê perfeito. A partir do primeiro dia de vida do filho, ela percebe que a maternidade é mais difícil do que pensava. Um choro qualquer, uma cólica, a primeira gripe ou febre assustam tanto que a própria mãe é a primeira a se perguntar: “E agora, o que eu faço?” Mas essa dúvida cresce quando o próprio filho é diagnosticado com alguma deficiência física ou mental.
Com o objetivo de auxiliar essas mães, a Secretaria Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência criou o “Encontro das Mães de Filhos com Deficiência”. A segunda edição do evento, que é mensal, aconteceu no último dia 14, na Casa de Artes e Artesanato. Lá o grupo compartilhou experiências, dificuldades e apoios para as mães que vivem essa experiência delicada. A cada encontro uma mentora é convidada para auxiliá-las. Nesta última a psicóloga Vera Moreira orientou as participantes desde o momento do diagnóstico até a convivência social.
Segundo a profissional, com a participação no grupo, a mãe ganha força e encontra outras possibilidades e recursos para lidar com os filhos. Através da troca de experiência sobre preconceito e dificuldades no tratamento, elas se sentem mais preparadas para enfrentar problemas e já criaram um grupo no WhatsApp para compartilhar ideias e ajudas recíprocas.
“Hoje, o encontro é como uma base que passou a segurar nossas estruturas. Já procuramos tantos caminhos e meios para ajudar nossos filhos e através da Prefeitura estamos conseguindo”, diz Rebeca Martins, mãe da Talita, hoje com 17 anos, que nasceu com deficiência visual. A mãe de 39 anos conta que desde o começo da gestação foi muito difícil. Ela entrou em depressão profunda por ter que sair da capital e se mudar para o interior com o marido, grávida, aos 20 anos. A filha nasceu aos seis meses com apenas 900 gramas e ficou meses internada. Passou por várias cirurgias e além de não ter a visão recuperada, viu o pai indo embora de casa porque não aceitava a condição da própria filha aos 10 anos de idade.
Rebeca ainda conta que a filha é mais forte do que todos pensam; faz tudo sozinha, vai à escola, mexe no celular e até no computador. A Biblioteca Ramal Jairo Amorim em braille, localizada na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, também serve como distração para a menina, que adora ler e contar histórias diferentes.
Rosimeire é outro exemplo de garra e superação. Há dois anos, ela recebia o diagnóstico de autismo da filha, que tem 5 anos. “Primeiro desconfiei que a minha filha não ouvia, ela não interagia com ninguém e quando eu chamava, ela não respondia. Sempre foi muito dispersa”. Conta que foi assistindo a novela “Viver a Vida”, da TV Globo, que retratou o autismo, ela começou a observar que aquela ficção fazia parte da sua realidade com a filha. Procurou especialistas e descobriu a doença. Ela mora em Arandu e quer atrair mais mães que passam pelas mesmas dificuldades para o encontro. “Nós saímos estabilizadas e preparadas para enfrentar e resolver qualquer situação”, diz.
Atualmente o grupo reúne 15 mães. Quem se interessar em participar dos encontros pode entrar em contato com a Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência, para mais informações, pelo telefone 14 3732-8844.
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