Hoje é o Dia do Motorista. A data é alusiva ao padroeiro dos motoristas, São Cristóvão, cujo dia é comemorado em 25 de julho. Uma parcela expressiva da população dirige. A maioria para se locomover de casa ao trabalho e aos seus compromissos diários. Outros têm no volante o ganha pão. De qualquer forma, o respeito às leis de trânsito e o cuidado ao conduzir um veículo vale para todos.
Por ano, uma média de 45 mil brasileiros perdem a vida em acidentes e o País ostenta a infeliz marca de 23,4 mortes no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes, o quarto pior índice do continente americano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Bauru, somente em 2016, 11 pessoas morreram na área urbana (sem contar as mortes nas rodovias que cortam a cidade), segundo informações da Emdurb. O número já é igual ao registrado no ano passado inteiro. Isso em uma cidade cuja frota cresce anualmente, já passando dos 250 mil veículos, entre automóveis, motos, caminhões e ônibus.
Aprendizado e prática
Nos últimos anos, o ensino nas autoescolas foi alterado e a carga horárioa aumentou, além da inclusão de obrigatoriedades como o simulador de direção e as aulas práticas à noite. Instrutor de autoescola, Silas Correia de Mello está há mais de 30 anos no ramo e acredita que a formação dos condutores é boa. “O que a pessoa precisa aprender é ensinado na autoescola. São duas semanas de cursinho teórico, com aulas de legislação, noções de primeiros socorros e mecânica básica, cidadania e meio ambiente, e mais cinco aulas no simulador, 20 aulas práticas (16 diurnas e 4 noturnas), além da avaliação final. O problema é que muita gente sai e não pratica isso no dia a dia, quando já tem a habilitação”, resume.
Para ele, muitas pessoas são autoconfiantes e egoístas ao volante. “Tem gente que se transforma dirigindo. Quer correr, não respeita o próximo. No trânsito é necessário agir da mesma forma que em outros setores, com responsabilidade. Infelizmente, nem todos agem desta forma”, avalia.
O condutor nas glórias do Noroeste
Luis Henrique Batista é figura conhecida de quem acompanha esporte em Bauru. No início da década passada, foi um dos motoristas do Tilibra/Copimax, na época do título brasileiro de 2002. Mas seu vínculo mais marcante com o esporte veio a partir de 2003, quando passou a dirigir o ônibus do Esporte Clube Noroeste.
Foram mais de nove anos dirigindo para o centenário clube bauruense, período de grandes conquistas. “Eu sou de São Paulo, vim para Bauru em 1997. De 2003 a 2012, dirigi para o Noroeste. Antes, eu era corintiano. Agora, eu sou um noroestino que simpatiza com o Corinthians. A gente acaba se envolvendo com o clube”, comenta.
Nesta quase uma década conduzindo o Norusca por diversas cidades, ele lembra momentos marcantes. “Em 2004, naquele acesso em Piracicaba (contra o XV, da Série A-3 para a A-2), eu não ia, porque estava com um problema nas costas. O pessoal do clube insistiu e acabei indo. Na volta, o pneu do ônibus furou e como eu estava com as costas ruim, os jogadores trocaram o pneu e seguimos viagem. Chegamos a noite em Bauru e aquele trevo da Nações Unidas com a Rondon estava tomado de gente para receber o time. Foi muito legal”, recorda.“Sem contar outros títulos, como da Copa Paulista em 2005 e 2012, e os jogos contra os grandes no Paulistão em São Paulo. A Polícia Militar escoltava o ônibus, então um trajeto que demora 30 minutos a gente fazia em 10 minutos”, completa. Metalúrgico por formação, Henrique virou motorista por influência do pai e dirige profissionalmente desde os 21 anos de idade - atualmente, ele tem 49. “Fui motorista de caminhão e de fretamento de turismo. Motorista de caminhão é muito sofrido, a maioria das pessoas não respeita. Você vai fazer uma entrega e fica horas esperando para ser recebido. Já frete de turismo é mais tranquilo. E no esporte foi a melhor fase. É fácil lidar com o pessoal”, conclui.
Profissão no nome
Auto Cordeiro da Cruz Júnior pode dizer que “carrega” o ofício já em seu primeiro nome. Motorista de táxi, ele afirma que o dia a dia é corrido. “Em Bauru, eu acho estressante dirigir. Faço bastante viagem na região e eu vejo que aqui o pessoal é mal educado no trânsito. Para mim, o bom motorista é aquele que respeita a sinalização e os pedestres”, destaca Auto Júnior, que é taxista desde os 24 anos de idade.
Fonte: JCNET.