O dólar opera em alta pelo quinto dia seguido nesta terça-feira (16), chegando ao patamar de R$ 2,74. Por volta das 12h, a moeda norte-americana era vendida a R$ 2,7348, em alta de 1,84%. Mais cedo, no entanto, chegou a ser vendida a R$ 2,7425, em alta de 2,13%. Veja cotação
O dólar vem pressionado pelo ambiente de incertezas internas e externas, com investidores preocupados principalmente com o futuro do programa de intervenções no câmbio do Banco Central brasileiro, e atentos à queda nos preços do petróleo.
"O mercado já está com a pulga atrás da orelha, esperando uma sinalização mais contundente do BC sobre o programa de câmbio", disse à Reuters o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. "Agora, com o mau humor no exterior, não há quem segure", acrescentou.
Sob o atual modelo de intervenções e marcado para durar até o final do ano, o BC oferta diariamente até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. O presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, já afirmou que o atual estoque de swaps, correspondente a pouco mais de US$ 100 bilhões, já dá conta da demanda por proteção, alimentando expectativas de que o BC pode reduzir sua presença no mercado em 2015.
"Cada dia que passa o mercado fica mais ansioso sobre o BC. E, quando tem incerteza, o mercado busca proteção no dólar", disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
O mercado também continuava sob a expectativa de quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo, sobretudo via política fiscal.
Na segunda-feira, a moeda norte-americana subiu 1,29%, a R$ 2,6853. Na máxima, cheou a ser vendido a R$ 2,7019, alta de 1,91%.
Este é novamente o maior valor desde 2005 – máxima que a moeda vem renovando nas últimas semanas. A cotação desta segunda é a mais alta desde o dia 29 de março de 2005, quando o dólar fechou cotado a R$ 2,7031, segundo dados do Banco Central.
No mês e no ano, há valorização acumulada de 4,42% e 13,9%, respectivamente. Nas últimas oito sessões, o dólar fechou em baixa apenas uma vez, na última terça-feira (9).
"Cada dia que passa o mercado fica mais ansioso sobre o BC. E, quando tem incerteza, o mercado busca proteção no dólar", disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.