Dois anos após a passagem de um tornado em Taquarituba (SP), a rodoviária do município ainda está em obras. O fenômeno ocorreu no domingo de 22 de setembro de 2013, e em 2014 o prefeito Miderson Zanello Milleo (PSDB) afirmou que as obras terminariam em dezembro do mesmo ano. Nesta terça-feira (22), o chefe do Executivo comemorou o fato das obras agora estarem no fim. “A parte pública, que são a rodoviária, parque e o barracão de agronegócios, está com 90% das obras concluídas”, diz.
Em poucos minutos, os ventos percorreram quatro quilômetros em três bairros e mataram duas pessoas, deixaram 64 feridos, arrancaram a cobertura do ginásio municipal, derrubaram o prédio onde funcionava a rodoviária e destruíram parte da estrutura de dezenas de empresas do Distrito Industrial, além de danificar cerca de 800 casas. Segundo a Defesa Civil, 11 mil pessoas – quase metade da população, que era de 23 mil moradores na época – foram afetadas de alguma forma pelo tornado. O prejuízo calculado na cidade foi de aproximadamente R$ 50 milhões.
No lugar do ginásio municipal destruído, foi construído um complexo esportivo que será inaugurado em 30 dias, diz o prefeito. Para Milleo, destaca a união para recolocar tudo no lugar e reerguer a cidade. “A união dos esforços fez com que a recuperação fosse de maneira muito rápida. Hoje estamos com todas as empresas praticamente recuperadas, tudo que foi recuperado foi a melhor. Os domicílios todos recuperados”, comenta.
Depoimentos de moradores
Mesmo sendo um domingo, o aposentado Pedro Carucho por acaso estava no barracão que cuida no Distrito Industrial. O dia era de muito calor, até que houve a mudança no tempo, conta ele. “Foram dois minutos, mas vi que os prédios ao redor estavam caindo. Eu deitei e logo depois parou. Quando parou foi uma barbaridade, não sobrou nada. Graças a Deus dois anos depois está tudo funcionando e ninguém foi mandado embora.”
O empresário Sandro Roberto Garcia comenta que o cenário de hoje era impensável na época do tornado. Ele é dono de duas empresas no Distrito Industrial, e já retomou 60% do que era antes. Garcia calcula que um prejuízo de R$ 6 milhões, mas teve paciência e ajuda da concorrência para recomeçar. “Fica um aprendizado e bastante consideração com amigos. O mais difícil nesse caminho foi superar o trauma e reconstruir tudo que perdi. Busquei fundos para pagar todas as contas e reconstruir”, reflete.
G1