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Ovacionada pelo público ao subir no palco do Vale do Anhangabaú, no centro da capital paulista, com gritos de "Dilma querida" e "Fica querida", a presidente Dilma Rousseff aproveitou o ato de comemoração pelo Dia do Trabalhador para defender seu mandato e anunciar reajuste de 9% para o programa Bolsa Família e a correção de 5% na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física, conforme era previsto. "Esse aumento não prejudica o cenário fiscal, como eles (os oposicionistas) dizem", afirmou. Ela disse ainda que vai anunciar o Plano Safra da Agricultura Familiar na terça-feira (dia 3). O Plano Safra 2016/2017, da agricultura empresarial, está previsto para ser anunciado no dia seguinte, 4 de maio, conforme informou na semana passada a ministra da Agricultura, Kátia Abreu.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja presença havia sido anunciada pela organização, não compareceu por problemas na voz. Segundo a organização, cerca de 100 mil pessoas comparecem ao evento, que começou de manhã com o ato político e segue nessa tarde com atrações musicais.
No evento, a presidente reafirmou que impeachment sem crime é golpe. "Para ter impeachment, não basta não gostar da presidenta. É preciso ter crime", afirmou. "Eu não tenho conta no exterior. Nunca embolsei dinheiro do povo", disse, acrescentando que a oposição "tem de inventar" para conseguir sustentar o pedido de impeachment.
Dilma afirmou que a oposição está fazendo uma eleição indireta e tirando do povo o "direito de votar". Ela reiterou que "desde que perderam as eleições eles fazem de tudo para o governo não governar". Disse ainda que o principal líder da oposição é o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ao citar o nome do deputado, o público interrompeu o discurso da petista para gritar "Fora Cunha!".
A presidente também culpou a oposição pela grave crise econômica que o Brasil está vivendo e disse que o movimento dos oposicionistas impediu que o País impedisse o agravamento da crise econômica e, consequentemente, limitasse o aumento da taxa de desemprego. "O mais grave que eles (os oposicionistas) fizeram foi impedir que o País combatesse a crise e o desemprego", disse.
Em seu discurso, Dilma também destacou que o pedido de impeachment coloca em risco a democracia e vários direitos e benefícios da sociedade. "Esse golpe rompe com a democracia e é contra as conquistas dos trabalhadores", afirmou, citando que fazem parte do projeto da oposição "golpista" a redução o Bolsa Família. Disse que, dos 47 milhões de brasileiros beneficiados hoje pelo Bolsa Família, cerca de 36 milhões deixarão de ser elegíveis.
Ela mencionou ainda que é necessário é realizar uma reforma tributária capaz de transformar a atual estrutura de impostos e contribuições de recessiva, "que prejudica os mais pobres", em progressiva.
"Quero dizer pra vocês que eu vou resistir", avisou a presidente ao encerrar o discurso, que durou cerca de 30 minutos. Dilma lembrou que lutou contra a ditadura militar e que, por isso, ficou presa por três anos. "Mas a luta agora é muito mais ampla. Não é uma luta com armas, tanques ou militar. Mas é uma luta em defesa de todas as conquistas dos últimos anos", afirmou.
Depois de discursar, o petista Eduardo Suplicy fez um breve discurso para saudar a presidente e criticar o impeachment. Além de Suplicy, estavam no palco ao lado de Dilma o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a senadora Gleisi Hoffman, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), e a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ).
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