Déjà Vu (Já Visto) ed. 29/08/2015
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Caos na Saúde
– CONSIDERANDO que no último domingo (23/08) o programa “Fantástico” da Rede Globo de Televisão levou ao ar a denúncia sobre a ineficiência dos novos Cursos de Medicina autorizados pelo MEC, bem como a ganância das Faculdades que só visam o lucro, sendo que a chamada-destaque do programa foi: “Cursos de Medicina sem estrutura crescem e chegam a custar R$ 11 mil”;
– CONSIDERANDO que ao inquirir de início: “Que médicos estão sendo formados pelas Faculdades de medicina?” a referida matéria explica, em muito, o caos na área da saúde que a nossa região hoje vivencia;
– CONSIDERANDO o texto elaborado quando informa que: “Um levantamento inédito do Conselho Federal de Medicina mostrou que a abertura de cursos médicos virou um balcão de negócios; a qualidade do ensino fica em segundo plano, sendo que o Fantástico percorreu o país e encontrou escolas sem nenhuma estrutura para formar um médico, deve ser levado em conta na entrevista, a opinião do professor titular de Faculdade de Medicina da USP Milton de Arruda Martins esclarecendo que “Não há mais necessidade de nenhum curso de medicina novo no Brasil. O Brasil tem falta de médicos, com certeza, mas já houve uma expansão tão grande no número de cursos de medicina que essa falta de médicos vai ser resolvida com os cursos de medicina que já existem. O que o Brasil precisa é de médicos com formação de qualidade”. [destaquei]
E PROSSEGUE: “Condições precárias de estágio são apenas uma das deficiências de escolas médicas brasileiras. Dados inéditos do Conselho Federal de Medicina mostram que nenhuma faculdade de medicina do país tirou a nota máxima na última avaliação do INEP, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Numa escala de um a cinco, mais da metade teve nota menor ou igual a três. (...)
Pelas leis atuais, aprovados ou reprovados, todos os formados podem exercer a medicina. Mas o CREMESP propõe que só possam trabalhar como médicos os que forem aprovados no exame do conselho.
O número de denúncias de erros médicos no Conselho Regional de Medicina de São Paulo cresceu de 5 para 18 por dia, nos últimos 20 anos. O presidente do conselho atribui o aumento à má formação dos profissionais”;
– CONSIDERANDO que na última edição do “A VOZ DO VALE” (22/08) o jornalista, cronista, editorialista, ensaísta, colunista e outros istas, o polivalente José Carlos Santos Peres denunciou na coluna “CERTAS PALAVRAS” com o título “CASO PARA COMISSÃO” que “Mãe de adolescente atendida no Pronto Socorro comparece à Farmácia Popular e a atendente se recusa a lhe fornecer o remédio receitado pelo médico, porque falta o cadastro (ou qualquer coisa do gênero) do CRM do profissional. O Sistema não aceita, diz a balconista, acrescentando: “o médico já foi informado de tal irregularidade, mas não nos atende. Já faz dois meses que o contatamos, sem sucesso”. A mãe retorna ao Pronto Socorro, que se dispõe a fornecer-lhe outra receita, com o CRM de outro médico, mas ela opta por não aceitar, indignada com a situação, não sem antes pedir ao PS que intime o médico relapso a cumprir com a sua obrigação”. Sugerindo no tópico seguinte (PRECAVER) que “A Comissão que estuda a Saúde local poderia consultar no Sistema a validade da documentação (CRM) de todos os médicos que atendem no Pronto Socorro... Até para alertá-los, caso haja alguma discordância”;
– CONSIDERANDO que dentre o corpo clínico contratado pela IFS – Diagnostico por Imagem Ltda., um integrante pode ser médico formado e registrado no CRM de Rondônia, segundo a mãe de uma paciente que fez a consulta no sistema (não se sabe se é o tal “dotô” referido na coluna do José Carlos) e denunciou ao JORNAL INTERATIVA, sendo que este fato, desde que devidamente comprovado, se configura num procedimento ilegal perante o Conselho da classe médica;
– CONSIDERANDO que como foi amplamente divulgado para todo o Brasil que falsos médicos foram presos por estarem clinicando em hospitais do interior Estado de São Paulo e o avareense tem grandes suspeitas (e põe suspeita nisso) que lamentável fato já pode ter ocorrido por aqui num passado não muito distante e temem que isso venha eventualmente ocorrer (novamente?) no PS local;
– CONSIDERANDO que na Sessão Ordinária de 10/08 da Câmara Municipal de Avaré o vereador Marcelo José Ortega – PV apresentou o requerimento de nº 1131/15 “para que seja convocado a Excelentíssima Senhora Secretária Municipal de Saúde Vanda Corina do Carmo Lovison Nassif Avellar, de acordo com o artigo 23 da Lei Orgânica da Estância Turística de Avaré, para que venha a esta Casa Legislativa na próxima sessão ordinária para prestar esclarecimentos diante das denúncias de subcontratação de serviços médicos no Pronto Socorro”, como também, através do requerimento nº 1132/15 “para que seja convidado o representante da empresa IFS – DIAGNÓSTICO POR IMAGEM LTDA. – EPP, para que venha a esta Casa Legislativa na próxima sessão ordinária para prestar esclarecimentos diante das denúncias de subcontratação de serviços médicos no Pronto Socorro”;
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NECESSÁRIO SE FAZ ESCLARECER que numa coluna recente (20/06/2015) foi destacado com o título “HAJA RECLAMAÇÃO (E PROBLEMA) NA ÁREA DA SAÚDE EM AVARÉ”, os dois tópicos que aqui podem estar se caracterizando, desde que considerado, o DÉJÀ VU TUPINIQUIM, proposta essencial deste espaço. E foram assim delineados:
Denúncia 1 – Médicos que não prestaram ou não passaram no exame do CREMESP – Conselho Regional de Medicina de São Paulo, podem estar atuando na Rede Pública de Saúde do Município. Segundo noticiário, no ano passado, 6 em cada 10 médicos recém-formados não alcançaram o índice mínimo para aprovação, demonstrando não saberem o básico, o essencial para exercer uma medicina segura. Para a Diretoria do CREMESP esta é uma situação vergonhosa, um absurdo! A licença deveria ser dada apenas aos médicos que passaram, pois não sendo assim, aqueles incompetentes encostam nessas empresas médicas de conceito duvidoso e migram para o interior do estado (ou para o fundão da região norte-nordeste do país) para praticarem uma medicina que não aprenderam na faculdade, agora tendo o povo humilde como ‘pano de fundo’, servindo de cobaia”.
Denúncia 2 – Médicos de outros estados podem estar atuando na Rede Pública de Saúde do Município. E tal fato irregular vem de longe. Na gestão anterior, quando o hoje prefeito e médico Poio Novaes era vereador, apresentou requerimento solicitando informação à empresa que administrava o Pronto Socorro, “se todos os médicos que ali atuam possuem o registro do CRM Paulista”. Na propositura esclareceu que a cada dois dias vem realizando visitas ao Pronto Socorro e um dos fatos que despertou sua atenção é a existência de médicos de outros estados. É proibido, é ilegal um médico que não tenha um CRM de São Paulo trabalhar no Estado e vice-versa.
NR: Se a Câmara Municipal considerar o conteúdo da Coluna, terá em mãos um bom indício para começar a desvendar o sinistro (e eterno) problema do Pronto Socorro.