Déjà Vu (Já Visto) ed. 28/03/2015
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
De Estilingue a Vidraça
A atuação do Secretário Fernando Alonso à frente da pasta de Turismo tem gerado muitas críticas: de vereadores, de “companheiros” Secretários, também da imprensa avareense, de modo geral. Muito teórico e pouco prático, Alonso esta provando do veneno que destilou quando era o redator da coluna “Turismo com Café” do “A Voz do Vale” e criticava – às vezes duramente, outras, de modo sarcástico – aqueles titulares do cargo que hoje ocupa na administração Poio Novaes. Quando do convite em Novembro de 2012, o prefeito foi incisivo na apresentação destacando que “pela primeira vez, Avaré terá como Secretário de Turismo alguém com formação universitária específica da área, isto é, um turismólogo. “Pedi a ele para fazer um projeto técnico para o turismo de Avaré. Juntos, procuraremos a nossa verdadeira vocação como estância turística”, informou o prefeito eleito.
Segundo Fernando Alonso, a ideia é otimizar o fluxo de turismo, para que o turista visite outros pontos da cidade e não apenas a Represa Jurumirim. “Para tanto, precisamos resgatar a confiança do empresariado na área de hotelaria e turismo e estabelecer parcerias” Numa dessas sessões do Legislativo do mês anterior, o vereador Julio César Theodoro, o Tucão, apresentou requerimento solicitando ao Senhor Prefeito e Secretaria competente – em face da inércia, inexpressividade, de um ramo tão importante para o desenvolvimento do município – “que, inicie estudos para fomento do campo de Turismo com destaque à possibilidade de implementação de um Programa de Governo, oferecendo incentivos fiscais, e de outros tipos, aos empresários que estejam dispostos a investir no setor de Turismo na cidade, de modo a contribuir para a geração de emprego e renda para o Município. JUSTIFICATIVA – Considerando que o Turismo é umas das atividades mais importantes e de maior expansão no Brasil e em nossa região não está recebendo o devido valor; considerando que, segundo dados do Ministério do Turismo, a atividade turística vem superando setores como o da indústria e o da agricultura, em função de seu efeito multiplicador, ou seja, a grande quantidade de setores e serviços que abrange, (...) é viável que estudemos um plano de adequação do turismo na Estância Turística de Avaré”. Teoricamente, tal sugestão, muito bem fundamentada por sinal (parabéns Nobre Vereador) não caberia ao Legislativo, sim, ideal que a citada “Secretaria competente” já tivesse um projeto piloto em andamento; ou seja, “o tal projeto técnico” pedido pelo prefeito Poio. Essa inversão de valores nos remete ao folclore do “Odorico Paraguaçu mal amado da vida”, onde o cachorro é amarrado com lingüiça e o poste costuma lhe dar uma “mijadinha”. “Eta ferro!” Pelo andar da carruagem alguém irá levar no “tchorke”. Só não vale reclamar depois: “Eu não sabia que a coisa estava tão largada assim”. E não é só está secretaria.
Lógico que, por questão de justiça e bom senso, é preciso destacar que concordamos com a maioria das críticas (aquelas construtivas), emitidas pelo então colunista Fernando Alonso. Só não podemos (nem devemos) concordar com o fato de agora que tem a “caneta nas mãos”, dentro do setor turístico avareense, este profissional não fazer nada, absolutamente nada de prático no mister que tanto criticou. No questionamento, sem hipocrisia, as verbas do DADE não podem servir de “moeda justificativa”. É caso à parte!
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E desta forma, visando fortificar o posicionamento estabelecido, vamos ao “Déjà Vu Tupiniquim” com a coluna “Turismo com Café”, de 28/07/2012, cujo título foi “Lombadas Turísticas”, a qual, para análise e opinião do leitor, é reeditada abaixo. Começa assim: “Ser uma Estância Turística não é fácil. Para que ao município faça jus ao título que lhe foi conferido, é necessário muito trabalho e dedicação em todos os setores, pois, quando um turista vem para a cidade, ele não fica mergulhado nas águas límpidas da Represa Jurumirim 24 horas. Este visitante precisa dormir, comer, ir ao banco, se divertir num barzinho... Enfim, ele transita e usufrui dos serviços prestados na cidade.
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O Turismo é uma área muito complexa de ser trabalhada porque ela caminha sentido à transversalidade, ou seja, para que seus objetivos sejam atingidos, outras áreas também tem que estar funcionando bem. Quer um exemplo? Imagine um turista, vítima de um afogamento na represa. Se o atendimento médico não for rápido e eficiente, pode lhe custar a vida. A Saúde, neste caso, tem que funcionar direitinho para que este visitante seja socorrido, diagnosticado e tratado. Outro exemplo: sabe aquela propriedade rural linda que merece ser visitada? Então, só dá para o turista ir para lá se a estrada de terra estiver em condições adequadas de tráfego. Aqui, se o setor competente da Prefeitura não realizar periodicamente a manutenção da estrada, fica difícil de trabalhar com o Turismo Rural, por mais linda e atrativa que seja uma fazenda ou pesqueiro. Se não existe acesso fácil e seguro, pode esquecer. Os estudiosos de Turismo partem da seguinte premissa: uma cidade só será boa para o turista se já for boa para a população local. Isto vale para todos os setores: Limpeza Pública, Saúde, Educação, Transporte, Segurança, Cultura, Esporte e Lazer etc. Como está a cidade para você? Está satisfeito com os rumos tomados?
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Um problema que está ecoando aos quatro cantos de Avaré é a questão da avalanche de lombadas colocadas recentemente por toda cidade. Está aí um problema que, pode não parecer, mas acaba respingando também na organização do Turismo. (...)
O pior é que não existem muitos critérios para a criação de lombadas. Não se cumpre o Código Brasileiro de Trânsito em Avaré. Não existe sinalização do redutor de velocidade. As lombadas não atendem o padrão de tamanho exigido por Lei. Tem até lombada em subida!
Vamos então dar uma sugestão para a Secretaria Municipal de Turismo. Já que a Pasta não apresenta nenhuma novidade para o setor há anos, que fique de olho nas lombadas. Elas podem até se transformar em uma atração turística, por conta das discrepâncias espalhadas pelas ruas e avenidas. Já imaginou, Lombadas Turísticas! Seria uma inovação de mercado. Atrairia a mídia nacional. Poderíamos atualizar nosso slogan para “Terra do Verde, da Água e do Sol e... das Lombadas”! Enfim seríamos uma Estância Turística de fato!