Déjà Vu (Já Visto)
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Para o Cristão Ortodoxo, o Natal foi celebrado no dia 6 de Janeiro. Já os demais cristãos comemoram no dia 25 de Dezembro. De qualquer forma, mesmo atrasado, o Déjà Vu Tupiniquim aqui se manifesta através do memorável texto da Itapetiningana de nascimento e avareense de coração, Maria Margarida, como assinava suas opiniões nas páginas do Jornal “Diário da Terra”, sendo que esta, com o título abaixo destacado, foi publicada na edição de 23/12/2000, fim do 1º governo Joselyr Silvestre em Avaré. Necessário se faz esclarecer que, por falta de espaço e como não seria justo mutilar tão interessante trabalho jornalístico cortando tópicos, optamos por não ir avante com o paralelo que seria traçado – essência da coluna – envolvendo a administração Paulo Novaes Filho, particularmente quanto ao aspecto governar para o povo mais necessitado.
Todavia ele fica aqui subtendido no relato com o título “2000 anos do nascimento de Jesus Cristo”, tal qual um preciso traço do jornal francês “Charlie Hebdo”. Começa assim:
“Ano 2000, ano jubilar, quando estamos festejando o nascimento daquele que veio ao mundo, enviado por Deus (Javé), numa ultima e eterna tentativa de fazer uma aliança com os homens, com a humanidade. Para que isso acontecesse, o Senhor escolhe uma jovem entre os mortais, uma mulher pura, que sempre viveu para Deus, por Deus e com Deus, para participar de seu Plano de Salvação. Com seus aproximados 15 anos, Imaculada (o único ser humano que nasceu sem a mancha do pecado original), Maria não titubeia e confiante, diz “sim” ao chamado do Senhor. E Jesus é concebido, envolvido no Mistério da Encarnação, por obra do Divino Espírito Santo, a 3ª Pessoa da Santíssima Trindade, Aquele que depois do Pai e do Filho, age no meio de nós.
Maria diz sim a Deus numa difícil missão: a de ser a Mãe daquele que viria para morrer por amor a todos nós, para salvar a humanidade! Essa data é a festa de Natal, que diz respeito à origem, ao lugar de nascimento de Jesus Cristo. Até o século IV, na Igreja ocidental e até o século V na oriental essa comemoração teve variações: no Egito e na Grécia o Natal era celebrado no dia 6 de Janeiro, comemoração da Epifania, isto é, a manifestação do menino Deus ao mundo através do Reis Magos. Em outras regiões, essa data era 20 de Abril. No ocidente, desde o sec. IV, celebra-se o nascimento de Jesus no dia 25 de Dezembro e há nessa celebração 3 Missas com seus significados: uma à noite (antigamente às 24 horas da véspera), a Missa do Galo; outra pela aurora (nascer do sol) e a outra pela manhã. A Primeira, em sua liturgia, lembra o nascimento de Jesus segundo a carne; a segunda, o seu nascimento espiritual nos fieis e a terceira, o seu nascimento eterno no seio do Pai. Jesus veio ao mundo e viveu no meio de nós durante 33 anos: 30 anos vividos ocultamente, como um cidadão comum, filho de Maria e do carpinteiro José na cidade de Nazaré, na Galileia e os 3 últimos Ele os viveu intensamente, cumprindo sua missão, pela qual viera ao mundo: falando do seu Reino de Amor, curando, ressuscitando, fazendo milagres e mostrando o verdadeiro caminho para nos salvar, atraindo multidões ao seu redor.
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Seu nascimento foi coberto de dificuldades, já que, cumprindo a Lei da época, Maria e José vão à Jerusalém, na Judeia, para o recenseamento geral: sendo eles descendentes da Casa de Davi, cumprem seu dever, se fazendo presentes para o cadastramento, apesar da distancia e do estado adiantado de gravidez de Maria. Viajam muitos dias para cumprirem a Lei e Maria percebe que esta chegando a hora de seu querido Filho vir ao mundo. Procuram um lugar nas hospedagens, para seu repouso e pernoite, mas José, preocupado com os estado de Maria, procura insistente por um cantinho onde possam se abrigar do frio reinante: todas as portas se fecham, tudo lotado, nenhuma vaga!
Fora de cidade em uma estalagem (lugar onde dormem os animais) José, finalmente ajeita um lugar para Maria descansar e cobre de palhas um pequeno coxo (manjedoura) para colocar o Menino Deus. Outro mistério de nossa fé: A Virgem imaculada, recebe em seus braços o Filho que acaba de vir ao mundo e o envolve em pequenos panos, para protegê-lo. Um Anjo do Senhor se aproxima dos pastores que guardam suas ovelhas e num coro angelical anunciam a chegada do Menino Deus, dando hosanas ao Senhor e desejando a paz aos homens de boa vontade. Alguns dias depois, surgem do oriente, representando a humanidade, os Reis Magos, que se prostram diante daquele Menino, de aparência tão indefesa mas tão grande e tão forte! Oferecem-lhe presentes: ouro, incenso e mirra, representando a sua realeza, a sua divindade e a sua humanidade. O ouro ofuscou os olhinhos do Menino Deus, o incenso e a mirra o deixaram-no perturbado, mas Ele sorriu para aquele que havia praticado a caridade em seu nome.
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Jesus nasceu em Belém, na Judéia, numa noite fria de Dezembro, no dia 25, há 2000 anos. E a sua Igreja, iniciada no dia de Pentecostes pelos Apóstolos, tendo como 1º Papa seu discípulo Pedro, continua crescendo e conquistando muitos adeptos: “Tu és pedra e sobre esta pedra eu erigirei a minha Igreja e nenhum mal prevalecerá sobre ela!”, disse Jesus ao fundar a Igreja Católica, Apostólica e Romana. Todos os anos festeja-se o Natal, as crianças esperam pelo seu presente mas infelizmente, muitos esquecem da figura principal do Natal: Jesus! Se confraternizam, trocam presentes, participam de ceias fartas regadas a wisky, vinhos e outras bebidas, chegando-se ao exagero no beber e no comer, esquecendo que lá, embaixo da ponte, naquele casebre, naquela casinha de sapé, mora um irmão, ou irmãos que nada tem para comer ou comemorar. Se todos fizessem a sua parte, preocupando-se com alguém que nada tem, o Natal seria muito mais feliz e alegre! Não podemos negar que são muitos os anjos humanos que providenciam dentro de suas possibilidades ou ajudados por outros bons cristãos, levando o alento, um carinho, aos muitos marginalizados que estão por aí, na época de Natal e durante o ano todo! Jesus quer nascer em cada coração amigo, dos filhos de Deus! Desde o meu Batismo eu sou filho de Deus e o Dom da vida, foi-me dado também por Deus! Que tipo de filho eu sou? Distraído, irresponsável, mal-agradecido, desobediente, injusto? Ou sou obediente, amigo, irmão, justo, fraterno, verdadeiro? É hora de refletirmos todos juntos, comemorando o nascimento desse Amigo e Irmão Maior, que é misericordioso, bondoso, paciente, fraterno, justo e verdadeiro e que se tornou igual a nós para nos ensinar o caminho da Salvação!
Vamos procurar ouvi-lo, atendendo ao seu chamado de Amor, seguindo seus ensinamentos, para encontrarmos a verdadeira felicidade e paz que não se encontram na ostentação, na luxúria, no poder desenfreado, no acumulo de riquezas terrenas mas sim, na humildade, no amor, na justiça, no perdão e na caridade.
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Nosso Prefeito, Wagner Bruno é um homem serio e honesto, temente a Deus e que ama sua cidade e seu povo e certamente, envolvido neste espírito natalino, irá se lembrar daqueles que precisam de um apoio, de uma palavras amiga, de uma pequena atenção, ao assumir o governo de Avaré e principalmente, das nossas crianças que estão marginalizadas e desamparadas. Procuremos no nosso dia a dia as virtudes e dons que recebemos gratuitamente de Deus e os apliquemos em nossas vidas: o respeito por nós mesmo, o dom da força, do conhecimento, da família, da honra, da pureza, do amor, da fidelidade, da infinita abundância, da responsabilidade, da liberdade e finalmente o dom do entendimento. “Que todos sejam um assim como Eu e o Pai somos UM” eis o pedido de Jesus, que deseja neste Natal em cada coração, em cada lar avareense, para derramar suas bênçãos e proteção neste final de milênio e séculos que terão inicio dentro de poucos dias! Desejamos a todos os amigos um Santo e Feliz Natal, com muita paz e amor!” * Maria Margarida