Déjà Vu (Já Visto) ed. 12/09/2015
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Enchentes & Enchentes
Existem enchentes ocasionais; uma tromba d’água inesperada, por exemplo. Aqui em Avaré não é bem assim; as enchentes são pontuais –basta uma chuva um pouco mais intensa e... pimba! E dá-lhe invasão d’água nos locais conhecidos pela população, ocasionando sérios transtornos e prejuízos materiais aos moradores da redondeza. Particularmente para aqueles com casas ou pontos comerciais nas baixadas das ruas Bastos Cruz e Acre (entre Piauí e Maranhão) e Maranhão com Voluntários de Avaré, sendo com maior intensidade na Maranhão com Rio Grande do Norte, Maranhão com Distrito Federal, baixada da rua Mato Grosso (entre Alagoas e Maranhão) Goiás com Alagoas e baixada da rua Rio de Janeiro (beco da Honda). Ainda na rua Sergipe com Goiás, entre outras. Na terça-feira, 8, não foi diferente e o aguaceiro invadiu os espaços costumeiros. Vide matéria e fotos na edição do “A VOZ DO VALE”. E a inconveniência vem de longe, desde outras administrações, todos reconhecem. Só que isso não pode ser eternizado, alguém tem que resolver as incômodas questões que se apresentam duas, até três vezes, todos os anos. No Jornal da Interativa desta quarta-feira, 9, foi propagado a fala do então candidato a Prefeito Poio Novaes, em 2012, onde ele aponta que “o problema das enchentes em Avaré, acontece por causa da falta de planejamento e por conta do pouco investimento do Prefeito atual e do ex-prefeito”, enfatizando que “enchente é uma coisa que não adianta remediar, tem que prevenir. Pra você ter uma idéia, a última grande obra do combate as enchentes foi 1995, quando o ex-prefeito Miguel Paulucci construiu a galeria pluvial do Largo do Mercado”.
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Lá pelos lados do Paço Municipal a chiadeira foi geral e a veiculação da gravação com as promessas de Poio durante a campanha eleitoral foi duramente criticada. Deu até para ouvir ofensas pessoais, segundo um interlocutor que solicitou “off”. E assim as orelhas do Zenna, Ogunhê, Ana e Angelo devem ter “queimadas”.
O avareense, morador numa daquelas áreas “manjadas”, quando a chuva é intensa já sabe o que isso significa: enchentes. Às vezes ela é tão forte que não há como fazer milagre. Não tem bueiro capaz de dar vazão à água, que logo acumula na rua nos pontos de estrangulamento e vai subindo, subindo... Só os “piscinões” para darem algum modo. (Mas e a verba de 60 milhões prometida?) Em muitas ocasiões, porém, a enchente poderia ser evitada: limpar bueiros, bocas de lobo e caixas coletoras periodicamente são uma boa maneira de se prevenir. Outra é cuidar direito dos córregos da cidade. Neste aspecto a administração Poio Novaes não está mandando muito bem (ou quase nada). E não é difícil perceber isso. Os córregos precisam estar com o mato aparado. Seu leito não pode estar cheio de entulho, de lixo. A lama e o lodo precisam ser retirados, até para evitar o mau cheiro. Mas isso não ocorreu. E se ocorreu, não resolveu.
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Só para aqui citar um único exemplo, em 24/11/2014 a vereadora Rosângela Paulucci – PMDB elaborou requerimento “para que seja oficiado ao Sr. Prefeito Paulo Dias Novaes Filho, considerando-se que estamos entrando em uma época do ano em que são frequentes as fortes pancadas de chuvas e, quando não ocorre um escoamento natural de maneira adequada nas galerias pluviais, uma série de problemas aparece em vários pontos do Município, sejam eles devido a falta de manutenção ou limpeza das redes e vários incidentes são relatados, tais como alagamentos, desmoronamento de vias e outros transtornos diversos causados. À vista do exposto, é o presente para indagar: 1. No período de estiagem deste ano foram realizadas manutenções preventivas, como limpeza e desobstrução das galerias? 2. Quais ações estão previstas, por parte do Executivo, para sanar este problema? Pedimos para detalhar as ações”. Na sessão de 02/02/2015 foi lido no expediente da Câmara, a resposta do Prefeito Poio informando que “vamos encaminhar (Huumm!!) seu requerimento às Secretarias de Obras e Serviços e Meio Ambiente, para que respondam”. Finalmente na sessão de 06/04/2015 foi lido no expediente a manifestação do Secretário Ricardo Aurani informando que, “1) Realizamos periodicamente manutenções preventivas, limpeza de boca de lobos, córregos e na medida do possível, às galerias pluviais, visando a desobstrução dos locais. 2) Fazemos um cronograma operacional rigoroso de limpeza, além de ações que venham ampliar o escoamento de águas das chuvas, através de novas galerias pluviais”. (Huumm!!)
Assim posto, vamos ao repeteco do nosso “Déjà Vu Tupiniquim”, através da opinião do jornal Diário da Terra, edição de 19 de Novembro de 2003 (quase 12 anos atrás) com o título Chuvas e Enchentes. Começa assim: As chuvas de verão aí estão. E com elas as inevitáveis enchentes nos pontos críticos, conhecidos “de cor e salteado” pelos nossos governantes, trazendo o desespero e aflição para os moradores da Avenida Anápolis, Rua Piauí, imediações da antiga Antártica, Rua Maranhão nas proximidades do Super Porto Peg-Pag, antigo Posto SM, Supermercado Clivatti, Construfic, Honda, e centro velho de Avaré, entre tantos outros locais que a cada chuva inundam e ocasionam transtornos e danos materiais àquelas centenas de pessoas prejudicadas diretamente, pelo que classificam de “negligência do Poder Público”.
Tanto isso é uma pura verdade que o Vereador Robson Gonçalves de Lima (PP) fez um requerimento na sessão de segunda-feira, 17, durante a palavra livre, solicitando ao Prefeito Wagner Bruno “que informe, de forma concreta, quais as providências que estão sendo tomadas para combater as inundações que assolam a cidade durante o verão”. Agora o Vereador tem dupla preocupação: por ser um representante do povo e por residir atualmente na Rua Distrito Federal, bem próximo de uma conhecida área de risco, que é o pátio do antigo Posto SM (Rua Maranhão esquina com a Distrito Federal).
Há muitos e muitos anos temos nos deparado com enchentes nessas localidades. Muito se tem dito e discutido a respeito do problema, mas a cada legislatura o que vemos é a situação perdurar; promessas de construções de “piscinões”, canalização dos córregos Água Branca e do Curtume, implantação do restante das galerias no centro velho, etc...,etc...,etc..., e no ano seguinte, novas enchentes e novas promessas.
Mas é só passar o período de chuvas grossas, mais intensas, que o nosso povo se esquece das enchentes e volta à sua vidinha normal; a de jogar lixo nos córregos que cortam Avaré. Mas enquanto não se conscientizam da gravidade do problema, a prefeitura tem que continuar fazendo a sua parte, limpando os leitos e margens dos córregos e riachos, serviços que, infelizmente, não vem realizando alegando uma falta de verba e mão de obra disponível. (...) “Ta bom pro cê!”