Déjà Vu (Já Visto) ed. 11/07/2015
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Joselyr “voltou” para mudar quadro eleitoral
A notícia foi bombástica: “O diretório do PTB Estadual (leia-se Deputado Estadual Campos Machado) destituiu a direção do Diretório Municipal do Partido em Avaré e nomeou o ex-prefeito Joselyr Silvestre como novo presidente da legenda local”. O cargo era ocupado pelo atual vice-prefeito e Secretário da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, Aparecido Fernandes Junior, o Gato, que ao ser destituído do posto, saiu “unhando” todo mundo. Enfatizou que “foi uma incoerência a forma como agiram. O Deputado Campos Machado tem o direito de pensar melhor para o partido que dirige à nível estadual, mas acho que ele perde com isso. Achei uma atitude muito pequena; dele e do partido”. Já para Athail Vieira, Coordenador Político na Região Sudoeste do Estado, agora nomeado tesoureiro do novo diretório do PTB na cidade, sobrou também uma cutucada. Disse o petebista privado do Cargo Diretivo que “só tenho a falar que a gente conhece as pessoas pelos atos e acho que o Athail agiu negativamente”, comentando nos bastidores que foi “apunhalado” pelas costas.
Para Joselyr Silvestre, sua nomeação para Presidência do Partido Trabalhista Brasileiro em Avaré foi uma vitoria pessoal. Numa reunião a título de comemoração ocorrida após a oficialização do ato, na hora do brinde o ex-prefeito teria desabafado à lá Zagallo: “Eles vão ter que me engolir”, frase que, para o seleto grupo de “conviva” daquele dia, soou como uma pontada, não só para os adversários políticos conhecidos, também para aqueles militantes petebistas um tanto descontentes com o “andar da carruagem”. Se esta manobra de Campos Machado foi capaz de surpreender até os menos ingênuos, que dizer deste novo arranjo que ora foi delegado ao novo comandante do PTB; a fusão com o DEM avareense de Roberto Araujo-Carlos Alberto Estati-Jair Canovas, entre outros, sem levantar poeira nas botas, nem “rodar a baiana”. É público e notório o antagonismo político (e pessoal) entre a “filha do home” Bruna Silvestre com esses três vereadores, até ontem ferrenhos adversários na Câmara Municipal (Araujo e Estati exercendo e Canovas na Suplência). Como conciliar interesses outros e amortecer mágoas? Tarefa que foi confiada a Joselyr Silvestre, tudo em nome das eleições municipais de 2016. O ex-prefeito tem consciência de que dificilmente (não seria impossivelmente?) concorrerá ao pleito do ano vindouro. Hoje pode votar, não ser votado, o que só poderia ocorrer após 2024, no entender dos “corneteiros de plantão” e desta forma, com seu carisma, dentro daquilo planejado (maquinado) pela cúpula diretiva do Partido Trabalhista, Joselyr pretende unir num mesmo balaio o maior número de apoiadores e siglas partidárias devidamente legalizadas no município e na hora “H”, como já fez tantas vezes, irá tirar da “cartola” um nome para disputar as eleições com chance de vitória; tanto pode ser novamente Joselyr Filho (Jô) ou a irmã Bruna, como Canovas, Ripoli, até mesmo Denílson ou Marcelo Ortega, de tal modo, deles, Athail Vieira, homem forte de Campos Machado aqui, na “terrinha”, já começou a se aproximar. Há diferenças? Pouco importa; na política avareense parece não haver contrários, e a distância entre oposição e situação, esquerda e direita ou certo e errado se reduz até o seu desaparecimento total com o acordo firmado; se com o caixa 2 abarrotado então... melhor ainda.
Outra meta designada para a nova direção petebista é a completa reformulação do partido que teve um desempenho pífio nas urnas nas últimas eleições para o cargo de vereador em Avaré. Para isso, Joselyr pretende unir na legenda os melhores do PSB (seu antigo partido), que também não foram lá nenhuma “Brastemp” (salvo a candidata Bruna Silvestre que foi eleita vereadora), com os candidatos que se destacaram no PTB, juntamente com os novos filiados que virão, formando uma bancada “boa de voto”, como, por exemplo, Flávio Zandoná, Presidente do Sindicato dos Comerciários de Avaré e “coelho” forte da cartola Joserliana.
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- Diretório PTB destituído: Aparecido Fernandes Junior (Presidente); Josená Bijolada Araújo (Tesoureiro); Agnaldo José Nazário de Oliveira (Membro); Alessandro Rios Conforte (Membro); Antonio Sergio Piva (Membro); Dorival Dionísio Gomes (Membro); Ismar de Oliveira e Silva Junior (Membro); Jayme José Camargo de Lima (Membro); José Carlos de Arruda Campos (Membro); Mirian de Castro Guerra Fernandes (Membro) Pedro Luiz Oliviéri Lucchesi (Membro).
- Diretório PTB nomeado: Joselyr Benedito Silvestre (Presidente); Athayl José Vieira (Tesoureiro); Luziane Maria Silvestre Costa (Membro); Maria Angélica Pereira da Silva Montanha (Membro); Lydiane Aparecida Benedetti (Membro); João Silvestre Sobrinho (Membro); Jéssica Maria Silvestre Costa (Membro); Victor Otávio Collela (Membro); Alex Januário Garcia (Membro); Roberta Silveira Soares Braga (Membro); Donizete Batista de Souza (Membro).
DÉJÀ VU TUPINIQUIM
Uma coisa todos hão de concordar: O ex-prefeito Joselyr Silvestre é perseverante; corre atrás, não entrega os pontos facilmente. Daí, talvez, seu carisma perante o eleitorado avareense, particularmente entre a população mais humilde que o tem como ídolo. Em 2012 teve mandato cassado, bem como seus direitos políticos. Mas não desanimou; foi à luta. Mesmo se encontrando num teórico ostracismo dentro do cenário político avareense, ele trabalhou muito nos bastidores. E fez alguns acordos que até “Deus duvida”; mérito do assessor petebista Athail José Vieira. Pois bem! Na quarta-feira, 17, (17/09/2014) sob as bênçãos do corpo jurídico da sua nova sigla partidária, o PTB de Campos e Marlene Machado, readquiriu parte de seus direitos políticos, cassados que foram em Agosto de 2008 (junto com seu cargo de Prefeito Municipal), pela Juíza Luciana Mendes Simões, quando, segundo pesquisas, estava praticamente reeleito para o mandato seguinte, de 2009/2012. Tanto que concorreu sub judice, venceu, mas por sua vez, não pode ser diplomado, ato para o qual o vice Rogelio Barchetti tomou o seu lugar e deu esse “quiprocó” que todos sabemos.
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No cotidiano o cidadão não precisa de formação acadêmica para vislumbrar a diferença entre o certo e o errado. No entanto, quando a questão é processual, a complexidade das leis brasileiras leva uma mesma questão a diferentes interpretações. E tudo se complica. Só para ilustrar, deve-se destacar que ninguém entendeu o fato de a Juíza Eleitoral da época, no caso a própria Doutora Luciana Simões, ter aprovado (liberado) Joselyr para a campanha eleitoral, (Junho), para em seguida (Agosto), travar sua caminhada, indeferindo sua candidatura, forçando-o solicitar medida liminar para ter seu nome cadastrado nas urnas. Se aquela ação de denúncia de eventual procedimento ilegal era antiga, (e aqui ninguém questiona se, justa ou injusta) e todo o processo estava elaborado havia meses (segundo comentários naquela ocasião) para a emissão de sentença conclusiva, decidindo o mérito da causa, como ato culminante do arco procedimental, então... Todo o infortúnio vivido por Joselyr nesses 6 anos foi, em grande parte, devido à morosa Justiça brasileira, atulhada em processos e apelações sem fim. Se seguíssemos o exemplo dos países mais desenvolvidos, onde os acusados têm direito a recorrer uma única vez, sendo o processo em seguida encerrado, estariam assim nossos legisladores, evitando as medidas apelatórias que atravancam os tribunais com infindáveis processos. E o ex-prefeito, pelo menos neste caso específico (punido pela dispensa da licitação denunciada) estaria, com certeza, absolvido.