Déjà Vu (Já Visto) Ed. 06.12


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Jornal O Avaré 10/12/2014 09:43:15

Déjà Vu (Já Visto)                                 ed. 06/12/2014    

por: Carlos “Cam” Dantas

e-mail: colunistacarloscam@gmail.com

 

Mas afinal, o que é Déjà Vu? Pronuncia-se “Deja vi”, um termo da língua francesa que significa “já visto”. Déjà Vu é uma reação psicológica que faz com que o cérebro transmita para o indivíduo que ele já esteve naquele lugar, sem jamais ter ido, ou que conhece alguém, mas que nunca a viu antes.

Déjà Vu é uma sensação que surge ocasionalmente, ocorre quando fazemos, dissemos ou vemos algo que dá a sensação de já ter feito ou visto antes, porém isso nunca ocorreu (porém, no propósito da coluna, ocorreu mesmo – grifo nosso). O Déjà Vu aparece como um “replay” de alguma cena, onde a pessoa tem certeza que já passou por aquele momento, mas, realmente, isso nunca ocorreu (mas, realmente, no propósito da coluna, ocorreu mesmo – grifo nosso).

 

NR: Amigo leitor! Compare o texto abaixo e o tópico inserido na coluna “Nas Ondas do Rádio...& Na Boca do Povo” com o título “Vai começar as farras das outorgas de 2011”, publicada na edição do Jornal “A Voz do Vale” de 12/03/2011, agora reproduzida, para só então responder: “É ou não é um verdadeiro Déjà Vu Tupiniquim?”. Assim vamos à leitura:

Vereador Marcelo Ortega e o título de Cidadania

 

O projeto de Decreto Legislativo nº17/2014 que conferiu a outorga do título de cidadão avareense para o escritor Gesiel Theodoro da Silva Junior, aprovado nesta última Sessão Ordinária dentro da Legislatura 2014, ocorrida na segunda-feira, 1º de Novembro, por pouco não deixou o vereador Marcelo José Ortega - PV, numa tremenda “saia justa”, sem precedentes na história do legislativo avareense. Tudo porque, até o último momento, segundo comentários de pessoas dentro do círculo de amizade do jornalista, ele, Gesiel Junior, “brigou” para não ter seu nome incluído no rol desta honraria, ainda que definindo, dentro da nobreza de caráter e humildade que lhe é peculiar, “que um Título de Cidadania é por demais significativo e motivo de orgulho para todos aqueles agraciados, mas não se sentia à vontade para recebê-lo, eis que, na expectativa da distinção, conhecia outras pessoas em situações também meritórias e mais consistentes que a sua, no momento” – tanto que até enviou um ofício à Presidente da Câmara Municipal vereadora Bruna Maria Costa Silvestre, solicitando que a referida matéria de outorga fosse retirada da pauta de votação. Mesmo assim, para que o vereador Marcelo não “pagasse o mico”, foi apreciada em plenário e... aprovada por unanimidade. “Muuiitos não entenderam”. (Huumm!)

“Agora só falta o novo cidadão avareense, doravante de fato e de direito, boicotar a Sessão Solene que será convocada para a entrega do título”, alfinetam os “corneteiros do café”, não perdendo a oportunidade. Aquilo que teria deixado Gesiel constrangido, de acordo com amigos consultados, foi à justificativa apresentada pelo vereador proponente que “exagerou na dose” ao delinear suas virtudes, dotes culturais e o condão da escrita, os quais o colocam num patamar privilegiado no cenário literário paulista, quiçá brasileiro; justamente por achar que não merecia tamanha elegância qualificativa. “O que não deixa de dar conotação de politicagem inapropriada”, enfatizam os observadores mais atentos.

Diz Marcelo Ortega que “a contribuição do jornalista, escritor e cronista Gesiel Junior para a preservação da memória avareense é algo muito alto e muito nobre. Sua vocação com as palavras e com a escrita ultrapassa a percepção simples que temos da história. Seus textos, escritos com brilhantismo e após profundas pesquisas, nos colocam diante do passado com a apresentação de fatos curiosos e surpreendentes. Gesiel Junior é um escritor cujas linhas têm enorme credibilidade histórica e traduz a memória do nosso povo de maneira didática e entusiasmada. Ouso afirmar que na ausência de seus textos, Avaré não teria conhecimento dos fatos e acontecimentos que nos trouxeram até o presente”.

Ainda conforme explicações daqueles “mais chegados”, Gesiel sempre gostou de enfatizar que ganha para escrever, resgatar e divulgar a história de Avaré, tanto que é Funcionário Público Municipal, atualmente trabalhando no Centro Cultural Djanira da Motta. Ademais, não estaria confortável com os comentários desairosos que surgiram dando conta que esta era uma propositura interesseira, oportunista, levada a efeito de última hora só para agradar o irmão, o também vereador Edson Theodoro da Silva, o Edinho da Farmácia, e angariar seu voto na eleição para Presidência da Câmara, cargo para o qual Ortega é candidato, ou seja, “a maldita moeda de troca colocada na mesa da negociação barata”.

 

Assim posto, vamos ao nosso “Déjà Vu Tupiniquim”, com o titulo: Vai começar a farra das outorgas de 2011. O relato começa assim: Nenhuma cidade da região tem tantas outorgas para agraciar seus cidadãos como ocorre em Avaré. É título de cidadania pra este ou aquele. É medalha Maneco Dionísio, é medalha do Mérito Legislativo a torto e direito, é Honra ao Mérito para policiais e outras categorias mais, e assim estão barateando condecorações. A profusão de placas, comendas e galerias de retratos também atiça a fogueira das vaidades, isso no Executivo, Legislativo, como na Sociedade Civil.

Políticos notáveis e colunáveis avareenses estão sempre recebendo ou concedendo honrarias. E gerando custos significativos para o erário público. Mas existem exceções. Felizmente! Para tanto cito a outorga do Título de Cidadania ao Professor Aguilino Nogueira Cesar pelos relevantes serviços prestados à sociedade, realmente comprovados, tanto na área educacional, setor onde iniciou sua carreira como professor primário em 1960, chegando ao ápice, em nossa região, como Delegado de Ensino e depois Presidente do CPP – Centro do Professorado Paulista, ainda exercendo a vereança e presidência do Legislativo Avareense na década de 80, quanto no campo filantrópico e religioso, sendo destacado membro da Igreja Presbiteriana Independente de Avaré. Uma feliz iniciativa do vereador Poio Novaes – PMDB.

Quando o homenageado tem o “pé no chão”, uma medalha não muda em nada a realidade. Isso demonstra que a pessoa tem valor, por si própria, pelo desempenho, não pela atuação mediante condecoração. Mesmo porque nada assegura que a condecoração seja sempre um ato acertado, de justiça. Por estas plagas, na maioria das vezes, também depende muito de indicação. Quantos e quantos têm merecimento e não recebem? Enquanto outros...

Aqui em Avaré, já ocorreram casos em que os poderes consolidaram e, acima de tudo, legitimaram seus amigos, seus correligionários, seus confrades e aquelas pessoas que os outorgantes admiravam e respeitavam. Isso tudo de modo muito subjetivo. Para receber título de cidadania, o agraciado precisa ser mais que “gerador de emprego”, um empresário bem sucedido, um funcionário eficiente, e por aí vai. Para isso, para desempenhar à contento sua função, ele ganha um salário mensal. Portanto, não está fazendo mais que a obrigação. Enquanto que o empresário, se ele aumenta o número de empregos gerados, na mesma proporção eleva o faturamento da empresa. Dentro deste contexto, como nada fez de relevante, esta ganhando uma condecoração que não contempla a excepcionalidade. Como este tipo de procedimento deveria ser regra, não exceção, o critério da outorga precisa ser revisto.

Só para ficarmos num caso mais recente, podemos citar a polêmica criada em torno do título de cidadania concedido ao médico Roger Abdelmassih e sua posterior revogação. Então, aqui vai uma simples sugestão: “Para cada outorga, dentre os atos “homenageativos”, poderia ser criado um conselho formado por representantes de diversos setores e poderes – inclusive de entidades civis e não apenas do Poder Legislativo  que hoje indica os agraciados -, para promover uma melhor análise e atingir uma decisão de consenso.  Desta forma não mais ocorreria a avaliação feita unilateralmente, como vem ocorrendo, gerando tantas críticas.

 


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