Déjà Vu (Já Visto)
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Política e não partido
Na última edição do “A Voz do Vale” (18/10), o polivalente – joga nas dez – cronista/editorialista (e outros istas) José Carlos Santos Peres escreveu sob o titulo acima que: “Somos torcedores. De times, de partidos políticos (ou de políticos)... No futebol podemos fazer proselitismo. É que a paixão é tão avassaladora, que contê-la quem há de... Queremos mais é impor nossa vontade, chamar os demais às nossas hostes, engrossar nosso canto. No futebol – que é diversão & arte - vale!
Na política não me parece conveniente ao jornalista assumir uma postura de tal dimensão, sob pena de “avacalhar” com os princípios éticos da profissão. Parece-me desrespeitoso a postura jornalística que veste camisa. O jornalismo permite fazer política, mas não aceita partidarismo.
Criar prosélitos, em sabendo que o profissional tem a seu favor a possibilidade de utilizar uma arma (jornal, revista, rádio, televisão etc), no entender deste cronista de coreto, trata-se de uma atitude não conveniente, que em nada valoriza o fazer. Posso, enquanto jornalista, trabalhar uma candidatura com fatos, com argumentos. Enfim, com seriedade. Mas fazer isso, com o sangue partidário correndo nas veias com, talvez, interesses outros que não os que se enquadram na verdadeira prática jornalística, é agir de maneira equivocada. (...)
Ter um olhar crítico a nomes e/ou partidos é, portanto, o grande desafio que se coloca aos que militam na imprensa. (...)”. Li, reli e fiquei a conjecturar cá com meus botões: o endereço, o destinatário? Sim, eis que foi endereçado a alguém, teve um órgão de imprensa apontado, ainda que nas entrelinhas. E aí pimba! Acho que descobri o indivíduo e o ninho: “tem a cara do político Ernesto Albuquerque e da Rádio Comunitária (Huumm!) que comanda; a Cidadania-FM”, teorizei. “Pero sin, pero no”, é bom deixar bem claro que é de minha total compreensão o texto em referência para a citação do nome do político petista e da emissora (Leia-se programa Jornalístico 60 minutos). O amigo Zé Carlos não tem nada com isso.
Dilma foi mal no debate da Record
Assim posto, vamos ao nosso “Déjà Vu Tupiniquim”.
De forma que se encaixe no propósito da coluna, sua essência, relatamos a opinião de Carlos Cam com o titulo acima, publicada no “Ki Jornal”, edição nº6 de 29 de Outubro de 2010, dois dias antes do 2º turno da última eleição presidencial. Começa assim: “A candidata do Partido dos Trabalhadores Dilma Roussef demonstrou seu despreparo emocional para enfrentar críticas e as adversidades que se apresentam no dia-a-dia. Como ocorreu durante o debate promovido pela Rede Record de Televisão, esses fatores também podem ocorrer na vida de qualquer administrador, quanto mais na de um alto mandatário do país, o Presidente da República. (...)
Segundo um atento observador, a estratégia situacionista de apresentar Dilma como vítima de calúnias e preconceitos religiosos – como se viu no debate da Record – pode resultar de uma análise precipitada. Ao imputar aos adversários a divulgação de boatos e a promoção de uma espécie de cruzada ultraconservadora com o pleno intuito de desmoralizá-la, Dilma Rousseff deixou em segundo plano o que mais importava – as explicações sobre os desvios na Casa Civil e os critérios que nortearam a escolha de Erenice Guerra para ser principal assessora e, posteriormente, ministra. Este sim, o fato relevante. (...)
Até o dia de ontem, 28, as pesquisas apontavam a vitória de Dilma Rousseff. Só pode ocorrer uma reviravolta nesta reta final da eleição presidencial se, de última hora, surgirem alguns fatos inusitados, daqueles “cabeludos”, inacreditáveis, contundentes, como por exemplo:
– Se, neste último debate da Rede Globo, que acontece hoje, Dilma Rousseff, num acesso de fúria, quebrar todo o estúdio. Em sendo assim, demonstrará que é “maluca” e não tem o necessário equilíbrio emocional que o cargo exige;
– Se, o ex-marido de Dilma, for algum tipo de pederasta e estiver “casado” com um “negão 2x2”; ou se, também a candidata petista se enquadrar nesta suposição;
– Se, a pura e católica (e evangélica) Dilma praticou um aborto enquanto “emboscava e matava” jovens militares na época da Guerrilha do Araguia;
– Se, a filha abortou, orientada pela mamãe Dilma, quando de sua primeira gravidez, sendo ainda menor de idade, em Porto Alegre;
– Se, por um acaso Dilma Rousseff posou nua para a Ele & Ela nos anos 80;
– Se, por outro acaso, a Senhora Dilma, um dia “bebaça” e dirigindo em alta velocidade, atropelou e matou um monte de criancinhas, numa avenida de Porto Alegre. Fora disso, JÁ ERA!!!”
NR: Se pudesse trazer o texto para os dias de hoje, também por certo incluiria: – “Se, neste debate da Rede Globo (24/10/2014), for citado a fortuna da família Lula (filho), que sabe lá Deus como foi adquirida e/ou, textualmente, os nomes dos influentes políticos do PT-PMDB que arrebentaram com os cofres da Petrobrás”, ainda dentro (protegidos) do governo Dilma, entre outros escândalos. Fora disso – vale frisar de novo – JÁ ERA!!! Como o Déjà Vu não é uma “ciência” exata pode ocorrer o contrario. É bom ficar atento!
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“Bem amigo-sofredor palmeirense Santo Peres!“, com ênfase – como diria o Galvão. Na condição de Jornalista e também palestrino, me incluo no barco da critica desferida. Em sã consciência, não posso condenar o cidadão-político-radialista Ernesto Albuquerque, pois, como bem retrata a opinião acima, “já lenhei neste cipoal chamado política.” A linha é tênue, destarte, muito difícil de precisar onde realmente termina a liberdade de opinião e começa o proselitismo partidário (fazer propaganda de uma agremiação – mesmo que não tão quanto acintosa, como temos visto ultimamente), bem como a declaração de voto. O “A Voz do Vale” não demonstra afinidades – nem preferências – político-partidárias e coloca em sua linha redatorial a mais ampla liberdade de opinião, por conseguinte cabe a cada um daqueles que ocupa um espaço e assina uma coluna neste Jornal, assumir responsabilidades, em todos os sentidos, assim como o contraditório, que muitas vezes vem em forma de críticas, até contundentes. Em sendo assim, – aproveitando “essa tal liberdade” – só gostaria de dizer ao amigo de longa data; do Largo São Benedito, AAA e Vasguinho; Ernesto do PT que, se pudesse, com certeza, iria corrigir a fala de declaração de voto do Chico [Buarque] divulgado na TV, a qual, a meu ver, ficaria assim: “Em 2010 votei na Dilma, muito por causa do Lula. Em 2014 não votarei na Dilma, muito por causa da Dilma”.