Déjà Vu (Já Visto)
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Mas afinal, o que é Déjà Vu? Pronuncia-se “Deja vi”, um termo da língua francesa que significa “já visto”. Déjà Vu é uma reação psicológica que faz com que o cérebro transmita para o indivíduo que ele já esteve naquele lugar, sem jamais ter ido, ou que conhece alguém, mas que nunca a viu antes.
Déjà Vu é uma sensação que surge ocasionalmente, ocorre quando fazemos, dissemos ou vemos algo que dá a sensação de já ter feito ou visto antes, porém isso nunca ocorreu (porém, no propósito da coluna, ocorreu mesmo – grifo nosso). O Déjà Vu aparece como um “replay” de alguma cena, onde a pessoa tem certeza que já passou por aquele momento, mas, realmente, isso nunca ocorreu (mas, realmente, no propósito da coluna, ocorreu mesmo – grifo nosso).
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Amanhã vou pisar no “Coronel”
Depois de alguns anos, amanhã volto à caminhar pelos saudosos corredores do “Ginásio Coronel João Cruz”, para então, na 2ª Seção Eleitoral ali instalada, deixar meus votos numa urna eletrônica: votarei consciente para Deputado Estadual, Deputado Federal, Senador, Governador e Presidente da República.
O inesquecível Osmar Santos já tinha como mote, dentre outras, a expressão obvia: “O jogo só acaba quando termina”, particularmente quando queria descrever uma partida “pau a pau”, cujo placar poderia mudar minutos, segundos, antes do apito final; num lance de falta perto da área ou escanteio, então... O jargão do “pai da matéria” cabe bem para o cenário eleitoral do Brasil. Se toda eleição sempre tem um quê de incerteza (justo porque ninguém – inclusive os estatísticos – tem bola de cristal), a disputa presidencial deste feita tem muitos “quês”.
Está difícil de apontar os favoritos para um inevitável segundo turno de forma inquestionável. No campo Legislativo, Estadual e Federal por sinal, ninguém pode contar com o ovo antes de a galinha botar. Só após as urnas “cacarejarem”, no domingo a noite. Para Governador e Senador, o mar está mais calmo. Se não tanto para o de brigadeiro, mas, em todo o caso, mais calmo. Boa Sorte aos eleitos de hoje. Se forem aqueles em quem irei votar, ótimo (minha cola já está feita, como nos tempos do ginásio, antes das provas do “Santô”); caso contrário, boa sorte assim mesmo, e que Deus proteja o Brasil, São Paulo e... Avaré. E nos proteja também! Quem sabe se, a partir de 2015 não tenhamos precisão, e muuiito, da proteção divina?
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E para o grande eleitorado avareense (63.307 eleitores) o que podemos ensinar? Ensinar nada, sugerir muuiito! Primeiro deixar bem claro que o poder político emana do povo. Votar é um exercício importante da cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer, e bem, este poder que lhe foi outorgado. Lembre-se que seu voto contribui parar definir a vida política do País, do nosso estado, da nossa cidade. Sendo assim, pesquise e se informe. Constate se realmente ele, candidato, fez algo por Avaré ou só está aqui outra vez, após 4 anos, querendo seu voto novamente.
Neste domingo o eleitor deve procurar um parceiro para o município, e evitar aquele político já rotulado de profissional, que vive de política e dela tira proveito próprio. O mínimo que se deve exigir é a moralidade da classe política. E se provarem que um determinado candidato é desonesto, fuja como o diabo da cruz.
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Assim posto, vamos ao nosso “Déjà Vu Tupiniquim” com a opinião: “O Avareense sabe votar?”, de autoria do Engenheiro Civil Márcio de Almeida Pernambuco. Começa assim: Neste ano teremos eleições para presidente, governador, senador, deputados federal e estadual. É um ano de muita responsabilidade, em termos de futuro da Nação. Outro dia um grande jornal da capital, abordou o assunto sobre se “o eleitor brasileiro, sabia ou não votar?” e após ler algumas vezes o debate, cheguei a conclusão que o que leva ao acerto ou erro, em relação ao saber votar, é o grau de informação do eleitor, sua vontade política e o sistema eleitoral ideal. Como estamos muito distante do Sistema Eleitoral ideal, já que:
- Não temos votos distritais; Continua existindo a obrigatoriedade do voto;
- Não temos a proporcionalidade representativa: Temos partidos políticos fraquíssimos por falta de ideologia partidária; Temos ideologias partidárias fraquíssimas e com mentalidade de quarenta anos passados e por aí afora; desta forma, continuamos errando.
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Nosso sistema eleitoral é arcaico, truncado e infeliz. E o pior, as regras que ai estão não serão modificadas para as próximas eleições. O que podemos fazer por Avaré, para as eleições vindouras, é melhorar o grau de informação do próprio eleitor, conscientizando-o de sua responsabilidade. O direito do voto é um direito de escolha, é único e exclusivo de cada um. Será que melhorando o nível da sua consciência (do eleitor) e motivando sua vontade política, poderemos melhorar o nível de representantes que iremos eleger? Com uma grande tradição, do “voto cabresto”, onde quem escolhia seu representante era o coronel, dono da propriedade e isto ainda vemos em nossa região, o eleitor fica totalmente inseguro do quanto pode valer seu voto. Na urna, todos têm o mesmo valor: o do médico, do analfabeto, do juiz ou do lavrador. Só valem unzinho, só.
Está na hora de tentarmos conscientizar boa parte dos avareenses de que o voto não se vende por uma garrafa de pinga, um bom par de botinas, ou por uma dentadura nova, como comumente foi em eleições passadas. Muito menos que com o voto, pode-se obter o emprego desejado, ver sua rua asfaltada ou conseguir de alguma forma obter privilégios pessoais. Os representantes que elegemos, esperando obter vantagens egoístas, são os mesmos que estão sendo cassados. Podem ter certeza disso! Que estava conseguindo obter vantagens pessoais era mesmo, para seus próprios bolsos. Afinal, quem espera obter facilidades através de algum negócio ilícito, menospreza a inteligência de quem propõe o negócio; como na vida, no nosso dia-a-dia, a verdade sempre há de se sobressair. E só se propõe alguma coisa desonesta à alguém, quando este alguém está propenso a ser corrompido, seja com empregos, botinas ou dentaduras.
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A Informação, o diálogo, o debate, poderão levar nossos vizinhos a estudarem mais o assunto e consequentemente melhorará sua formação política, despertando uma maior vontade política, o que sem dúvida, nos levará a um nível melhor de consciência e de uma maior participação nos nossos destinos. Os mais famosos homens de marketing do País indicam que o eleitor brasileiro procurará votar nestas próximas eleições, em candidatos sem nenhuma mancha, sem nenhuma suspeita anterior. Chega de famosos candidatos “rouba, mas faz”. O eleitor analizará muito mais o passado do candidato, porque teme pelo seu futuro. O eleitor está mais consciente da importância do seu voto e da necessidade de desta vez acertar. Por isto, a necessidade de trabalharmos mais a moral, a ética e a honestidade. Afinal, democracia é um regime de governo que se caracteriza pela liberdade do ato eleitoral. Resta saber, se o eleitor terá responsabilidade com esta liberdade.
Vale destacar, em letras garrafais, que o artigo opinativo acima foi publicado pelo Jornal “A Voz da Terra” em 29/03/1994, portanto 20 anos atrás, e como se percebe, continua atualíssimo. Parabéns Engº Márcio Pernambuco pelo texto antológico! É para os anais do cenário político-eleitoral de nossa terra; sem dúvida!