Déjà Vu (Já Visto) ed. 28/11/2015
por: Carlos “Cam” Dantas
e-mail: colunistacarloscam@gmail.com
Cambiocó, Maracutaia e “otras cositas más”
O apresentador do Jornal Interativa Zena Araujo fez contundente comentário ─um dos mais longos dentro do programa jornalístico da emissora (Interativa FM – 101,7 Mhz)─ na edição da terça-feira, 24. Nesta primeira etapa de verdadeira “lava-alma” para “desopilar o figado” em nome do revoltado (e penalizado) povo avareense, Josená criticou duramente a crise político-social-financeira que Avaré atravessa, denunciando fatos e cobrando posicionamentos, quando então soltou o verbo por quase 10 minutos sem sofrer interrupção dos colegas de bancada: Wilson Ogunhê, Ângelo Zanotto e Ana Sampaio, encerrando a fala precisamente às 09h26 para o “break” comercial. Sintetizando o desabafo do apresentador questionando Secretários, Vereadores e Políticos situacionistas foi dito, entre tantas acusações, que “vocês quando se reúnem em grupinhos nos bares e cafés costumam discutir corrupção a nível nacional. Mas e a nível local onde a corrupção perdura e vem de longa data?” Alfinetou também, dentre outras colocações, que “este é o pior governo da história político-administrativa de Avaré com dezenas de atos de improbidade”. E a Câmara de Vereadores é conivente com tudo isso que aí está. Quando vai demonstrar que não tem o rabo preso?”.
Após os anúncios publicitários e por certo tomar um copo com água para recompor o posicionamento (o norte) crítico em relação ao governo Poio Novaes – que classificou de frio e inconseqüente – voltou a “carga e desceu o pau” na Câmara Municipal dos Vereadores Ernesto, Rosângela, Barreto, Ditinho da Farmácia, Edinho da Farmácia, David Cortez, Marcelo Ortega e outros companheiros que na reunião da segunda-feira (23) ficaram adiscutindo amenidades; questão de postura, do uso de gravata e vestimenta nas Sessões Camarárias, valor de mensalidade de Faculdade e de programas de financiamento a cargo do MEC, portanto de atribuição federal, que não é de competência do Legislativo, relegando a segundo plano projetos viáveis para o progresso da cidade e solução de problemas de cunho social, realmente de interesse do povo avareense.
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Neste segundo tempo de pontuações precisas de ilegalidades, das quais diz ter vários documentos comprobatórios, falou da Lei que “Anistia e Regulariza Construções e Loteamentos fora dos padrões legais verificados no Município de Avaré”, cujas “cácas” envolvem até o pescoço as Secretarias de Obras e Habitação (Paulo Ciccone/equipe), de Planejamento e Transportes (João Dalcim/equipe), assim como outros órgãos municipais e, principalmente, os membros do Plano Diretor Participativo de Avaré presidido pelo corretor-proprietário da “Imobiliária Cidade Imóveis” Eduardo Zanella, “sendo que, neste caso em particular, se aprovado tamanha tolice (Anistia), a Lei [nº 154/11] que instituiu o Plano Diretor pode (deve) ser rasgada e jogada no lixo. E dá-lhe novo “cacete” na Câmara de Vereadores que classificou de omissa, conivente, interesseira, legislando em causa própria ou “sob as botas” do Executivo, portanto, subalterna, deixando para o ouvinte captar nas entrelinhas ainda “coisas” muuiito mais sérias e condenáveis.
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Outra infeliz iniciativa para a qual, com certeza, o Prefeito Paulo Dias Novaes Filho foi induzido, refere-se a revogação dos decretos que autorizam as implantações dos loteamentos “Villa Jatobá” (localizada na Avenida Mário Covas) e Terras Altas (Avenida Gilberto Filgueiras) atestando então a ilegalidade praticada. Nenhum dos dois loteamentos, entre várias irregularidades, passou pelo “crivo” da Câmara Municipal de Avaré, burlando a Lei Orgânica do Município. E agora irão precisar dos pareceres do Jurídico e das Comissões de Constituição, Justiça e Redação; e de Serviços, Obras e Administração Pública para serem apontados na ordem do dia e votação em plenário. Ocorre que um dos motivos que pode atrasar e “enroscar” todo o processo, é a qualidade do solo (arenoso) desses loteamentos, passíveis de erosões, e desta forma a Comissão pertinente deve exigir obras de contenção necessárias no parecer que emitir (“desde que o pau que bate em Chico seja o mesmo que bate em Francisco”). Explico: um caso idêntico pode-se ver no loteamento “Vicenzo Garden Village”, localizado na Av. Manoel Teixeira Sampaio s/nº (logo após o “Duílio Gambini”) que tinha em seu projeto original 600 lotes mas que foi reduzido para 409, em face de uma parte ter sido destruída pela ação das águas correntes, tendo como empreendedor a empresa “Santa Genebra Empreendimentos e Participações Ltda” de São José do Rio Preto e em Avaré Gerson Filgueiras como seu representante. Vale esclarecer que há muitos meses, segundo informações, a liberação do loteamento para apreciação em Plenário encontra-se “engavetada” na Comissão de Serviços, Obras e Administração Pública presidida pelo vereador Júlio César Theodoro – Tucão, que cada vez ao ser procurado para informar “a quantas anda o processo”, alega alguma irregularidade. Só que não notifica oficialmente o empreendedor. Será mesmo excesso de zelo?”, questiona o gerente Gerson. (Huumm!!)
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No desabafo de Josená “Zena” Araujo ficou subtendido possíveis atos condenáveis (de corrupção, por exemplo) que podem ter ocorrido no seio da Administração Poio Novaes envolvendo agentes políticos do 1º Escalação; particularmente Secretários Municipais; cujo setores, em tese, necessitam de rigorosa investigação e urgente manifestação do Ministério Público Estadual – Curadoria dos Direitos dos Cidadãos, Improbidade Administrativa e Outros da Comarca de Avaré que pode (e deve) agir de ofício.
Na quarta-feira, 25, continuou a “fazer estragos” na atual administração e de modo incisivo crucificou o Prefeito Poio, seus Secretários e os vereadores que são omissos pelos deslizes governamentais. Para concluir sua fala fez uma analogia da situação administrativa de Botucatu comparando com Avaré e enfatizando ao encerrar o programa: “nossos governantes precisam ter honestidade e vergonha na cara”. Arre égua!
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Para aqui deixar caracterizado o DÉJÀ VU TUPINIQUIM, essência da coluna, abaixo transcrevemos parcialmente o tópico já inserido na coluna em 16/08/2014 com o titulo: Não há corruptos sem corruptores. Começa assim: “Especialistas na área do Direito Penal têm afirmado que a corrupção é estrutural no estado brasileiro e que seu combate deve ser prioridade. O diagnóstico se aplica, no caso avareense, não a esse ou àquele governo, mas a todos, quando o que está em pauta é o combate à corrupção. Não basta punir só fulano ou sicrano para erradicá-la. Não no Brasil, lamentavelmente, onde os partidos políticos se sobressaem. O sistema político brasileiro convida à corrupção. Na democracia o Executivo precisa do Legislativo para governar. Sem maioria não há governabilidade – e sem governabilidade, há o caos. E é com esse cenário ameaçador que a corrupção sistêmica lida, tanto na esfera federal, como na estadual e municipal.
Para evitar a desordem, é preciso constituir maioria – e para tê-la, não basta elegê-la. É preciso alimentá-la. E o cardápio deste pasto insaciável são os cargos da administração pública, as empresas que indicam os trambiques nas licitações e as verbas do orçamento para obras que frequentemente interessam mais ao parlamentar que à comunidade que lhe outorgou a representatividade”. (Vixi Maria!)