Dada a largada para o Natal ?à vista?


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Jornal O Avaré 20/10/2014 08:05:09

Para especialistas, neste fim de ano, a tendência é que os consumidores tenham mais ‘pé no chão’ e não façam tantos parcelamentos

 

Ainda faltam mais de 60 dias para a chegada do tão esperado Natal, época festiva e conhecida por fortalecer o espírito de união. E o comércio já começa a se preparar. Com alguns pequenos enfeites que já adornam as lojas e panetones que enchem os olhos dos clientes em padarias e supermercados, o espírito da data já se mostra presente. Para economistas, por mais que a data ainda esteja distante, já dá para projetar que este é o Natal do “à vista”, ou seja do “pé no chão”.

 

É o que projeta Reinaldo Cafeo. Apesar do apelo da data, a tendência econômica aponta que este será o Natal do controle, não só pelo cenário financeiro no Brasil, mas também pela própria consciência do consumidor. No entanto, mesmo com cautela, a preferência ainda deve ser por uma ceia cada vez mais farta.

 

“Independentemente de crise e de cautela, é natural que, no final do ano, haja um apelo e os gastos sejam superiores. Todos querem uma ceia de Natal melhor, viajar, férias com os filhos, bons presentes. Só que, neste ano, as pessoas se contentarão com um pouco menos”, disse o economista.

 

Ou seja, segundo ele, haverá mais seletividade na hora das compras. Diferente dos anos anteriores, a tendência é que, ao invés de as pessoas comprarem produtos caros e dividirem em 10 ou 12 vezes, a prioridade será para o pagamento à vista, utilizando principalmente o esperado 13.º salário.

 

“A tendência é que a pessoa pense: ‘fiz a lição de casa, então, vou tentar fazer isso [adquirir algo] em um curto espaço de tempo [à vista ou poucas parcelas] ou não vou fazer essa aquisição’. As pessoas deverão esperar um pouco mais desse cenário. Não é uma posição de pessimismo. É de realismo, de pé no chão”, completou.

 

A comerciante Miriam Yoko Miazaki, 33 anos, é um exemplo dessa realidade. Ela afirma que prefere as compras à vista. Contudo, demonstra-se flexível sobre a questão. Mãe de três filhos, ela diz que, se não encontrar desconto no presente à vista e o parcelamento não tiver juros, optará por “suaves parcelas”. “Como sou comerciante, já tenho um pouco dessa noção financeira. Se o parcelamento não tiver juros, vou preferir, porque tenho três filhos e consigo comprar um presente melhor”, disse.

 

Momento

 

O momento da economia nacional pede cautela, aponta Reinaldo Cafeo. “O baixo crescimento, com inflação em alta. As pessoas percebem um vizinho perdendo o emprego, ou na empresa dele alguém está sendo demitido e as empresas segurando orçamento”, explica.

 

Com todos esses fatores, o consumidor pensa melhor na hora de fazer sua compra. “A pessoa pensa: ‘vou adiar um pouco’. Temos sim a classe média-alta e alta que não se encaixa nisso, mas o ‘grosso’ da população está vivenciando essa realidade. A perspectiva é que, se o encaminhamento for mesmo para o resgate da confiança, essa fase melhore no segundo trimestre de 2015”, finalizou o economista Reinaldo Cafeo.

 


Empregos temporários para o fim de ano podem ultrapassar 2.000 vagas

 

Apesar do cenário do País, todo fim de ano, a movimentação do comércio aumenta. Quem ganha com isso é quem está em busca de um emprego.

 

O mercado de vagas temporárias sempre se infla nessa época e passa a oferecer oportunidades de emprego.

 

O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Aldemiro José Alves, faz uma previsão otimista neste sentido. “Nós esperamos contratar mais de 2 mil trabalhadores temporários em todo o comércio de Bauru. O legal é que entre 10% e 15% desses contratados conquistam suas vagas fixas de emprego por mostrarem um bom trabalho e se esforçarem, mesmo que a vaga, a princípio, seja temporária”, afirmou.

 

Fala Povo

Como você pagará seus presentes de Natal?

 

“Vou pagar à vista. Não quero começar o ano de 2015 com dívidas” - Vanessa Santos, 34 anos, vendedora

“Prefiro comprar a prazo. Vou pagando aos poucos e ainda me sobra um dinheirinho. Assim consigo comprar mais presentes” - Telma Nogueira Teodoro, 69 anos, balconista

“Só vou comprar presentes para mim mesma, roupas, sapatos. Prefiro parcelar e pagar aos poucos” - Alba Nogueira Lopes, 30 anos, do lar

“Sempre prefiro as compras à vista, principalmente por conta do desconto” - Tiago Ferrari, 30 anos, funcionário público


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