Cresce rigor para doação de sangue


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Jornal O Avaré 25/11/2014 09:31:10

Pessoas que já tiveram sífilis em qualquer momento da vida não podem mais doar; hoje, é celebrado o Dia Nacional do Doador de Sangue

 

 

Um novo exame deixou mais rígidos os critérios para a doação de sangue. Agora, pessoas que tiveram sífilis em qualquer momento da vida, mesmo que já estejam curadas, não conseguirão mais ser voluntárias.

É o que revela a bióloga Regiane Nakamura, do Hemonúcleo do Hospital de Base, hoje, no Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue (leia mais abaixo). Por conta da mudança, a sífilis se tornou responsável por quase metade do volume de bolsas de sangue descartadas no hemonúcleo devido à detecção de doenças, incluindo hepatites B e C, HIV, HTLV e chagas.

Regiane explica que a forma como o exame é realizado foi alterada por uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de junho de 2014. “Agora, o teste é treponêmico (para detecção de anticorpos específicos) e consegue identificar o que chamamos de cicatriz sorológica, mesmo que a pessoa não esteja mais doente. Se ela teve sífilis quando criança, este exame consegue detectar”, observa.

Nestes casos, contudo, o sangue não está contaminado. Mesmo assim, em obediência ao protocolo da Anvisa, a bolsa coletada é descartada integralmente. “É uma forma de garantir total segurança para os receptores de sangue”, pontua.

Segundo a bióloga, a mudança no procedimento fez com que a sífilis disparasse entre as doenças mais detectadas entre os doadores. Dos 14.825 voluntários que doaram sangue neste ano, 3% estavam contaminados.

Aumento

Do universo de voluntários com exames positivos, 46% foram diagnosticados com sífilis, 22% com hepatite B, 15% com hepatite C, 9,5% com HIV, 4,5% com chagas e 3% com HTLV (retrovírus da mesma família do HIV, que infecta células do sistema de defesa do organismo). “Antes, eram as hepatites B e C que apareciam em primeiro lugar. Como os sintomas podem não aparecer, quase sempre os doentes descobrem por acaso, em exames como os oferecidos a doadores de sangue”, frisa.

Apesar do crescimento, Regiane acredita que o número de voluntários com sífilis deva cair nos próximos anos, já que as pessoas que já tiveram a doença estão descobrindo só agora que não podem mais ser doadoras. “Houve essa explosão no número de casos porque, antes, elas podiam doar normalmente. Daqui a um tempo, a maioria saberá que seu sangue não pode ser aproveitado e vai deixar de vir até o hemonúcleo”, destaca.

Não é possível prever, contudo, se o estoque de bolsas será afetado por conta desta restrição. Por enquanto, conforme garante a assistente social Valéria Coltri, o Hemonúcleo do Hospital de Base tem dado conta de suprir toda a demanda.

“Neste ano, tivemos, inclusive, um aumento em relação a anos anteriores. Embora a quantidade de bolsas de alguns tipos negativos sempre seja menor, nunca ficamos sem. Acredito que as campanhas têm funcionado”, completa.

Já de olho no fim de ano, Hemonúcleo prepara uma recepção especial hoje

É dia de festa. O salão vai estar decorado com bexigas e um lanche especial será preparado para receber os convidados. Toda a equipe estará em clima bem festivo recepcionando os que chegarem. Todo esse movimento está sendo organizado pelo Hemonúcleo do Hospital de Base de Bauru, unidade administrada pela Famesp, para comemorar o Dia Nacional do Doador de Sangue, que acontece hoje. Contudo, a instituição faz alerta para que estoques sejam mantidos no fim do ano.

O hemonúcleo recebe, por dia, uma média de 60 voluntários. Por mês, são recebidas em torno de 1.300 pessoas aptas para doação. No mês de dezembro, por conta das festas, sempre acontece uma queda no número de doadores. Por outro lado, a necessidade de bolsas de sangue aumenta nos hospitais por ser um período com maiores índices de acidentes.

Apesar de o estoque atual estar abastecido, também há sempre uma preocupação com os tipos sanguíneos negativos, por serem mais raros. “Nossa estratégia para manter os estoques abastecidos é mandar e-mails e correspondências aos doadores convidando para comparecerem ao Hemonúcleo”, afirma a assistente social do Hemonúcleo, Valéria Coltri. Existe também a preocupação em não superlotar os estoques de sangue, uma vez que eles possuem data de validade. “Em épocas de concursos públicos, sabemos que aumentam o número de doares, pois, com o atestado, há a isenção na taxa de inscrição”, afirma Valéria.

Em janeiro deste ano, por exemplo, houve um aumento significativo de doadores, chegando a quase 1.500 pessoas. O Hemonúcleo do Hospital de Base abastece todos os serviços do SUS em Bauru e de mais oito municípios da região.

Vida Extra

Um grupo do Facebook também deu início à campanha “Vida extra 2015 - Doe sangue antes de 2014 acabar”. “Comece 2015 com seu sangue renovado (pois novas células são geradas e assim sua saúde melhora), e salvando até quatro vidas, uma delas podendo ser a sua”, diz a descrição da campanha nas redes sociais.

A ação, criada pelo grupo “Bauru na Política”, começa hoje e vai até o dia 30 de dezembro. O objetivo é que se “viralize” pelas redes sociais, conscientize as pessoas e ajude o hemonúcleo.

  • Serviço

O Hemonúcleo do Hospital de Base de Bauru fica na rua Monsenhor Claro, 8-88. A unidade atende de segunda a sexta-feira das 7h às 11h30 e das 13h às 16 horas.


Dia de doar

Em comemoração ao Dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue, membros do Acampamento Irmã Dorothy, de Agudos, ajudarão a abastecer os estoques do Hemonúcleo do Hospital de Base. A expectativa é de que 30 pessoas do grupo se voluntariem no local hoje. Segundo a coordenadora técnica do acampamento, Valéria Nogueira Felício, a parceria com o hemonúcleo existe há três anos.

Contraprova

Sempre que o resultado de um exame é positivo, o Hemonúcleo do Hospital de Base realiza uma contraprova, já que o teste realizado no sangue de doadores, por questões de segurança, precisa ser extremamente sensível. “Ele pode dar um falso positivo pela ingestão de medicamentos ou até de alguns alimentos, por exemplo”, aponta a assistente social
do hemonúcleo,
Valéria Coltri.

Mas, mesmo que o exame confirmatório der negativo, a bolsa de sangue doada é descartada. Caso a contraprova indicar o mesmo resultado do primeiro teste, o doador é chamado ao hemonúcleo, que recebe a notícia de que está doente pessoalmente. No mesmo momento, segundo Valéria, ele também receberá orientações para que busque tratamento no Serviço de Moléstias Infecciosas do município.


O que é?

Sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode também ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto, por transfusão, por relações sexuais desprotegidas ou por contato direto com sangue contaminado. O período de incubação, em média, é de três semanas, mas pode variar de dez a 90 dias.Nos dois primeiros estágios em que a doença se manifesta, os sintomas são mais evidentes, tais como pequenas feridas nos órgãos genitais, manchas vermelhas na pele, febre E dor de cabeça. O risco de transmissão também é maior em relação ao terceiro e último estágio, período praticamente assintomático, mas que pode comprometer o sistema nervoso central e cardiovascular, além de provocar lesões.


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