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A melhora das principais economias mundiais e o agravamento da crise no Brasil fizeram com que o volume de remessas enviadas ao País por brasileiros que moram no exterior fechasse 2015 no maior patamar em quatro anos. Voltaram ao País US$ 2,46 bilhões, crescimento de 15,6% em relação ao ano anterior.
No primeiro bimestre deste ano, a tendência se manteve. Em janeiro e fevereiro, os brasileiros que moram fora transferiram US$ 375,4 milhões para o País, montante superior ao dos últimos quatro anos.
Nos últimos anos, a crise financeira internacional foi apontada como o principal motivo para a redução das remessas de pessoas físicas para o Brasil e na América Latina como um todo. Nos países preferidos pelos imigrantes, o desemprego aumentou durante a crise. Mas, nos Estados Unidos, a taxa, que chegou a 10%, caiu pela metade atualmente. No auge da crise, os índices de desemprego entre latinos nascidos no exterior subiram de forma mais acentuada do que entre qualquer outra fração da população.
O envio de dinheiro para o Brasil também é impactado pelo câmbio. A valorização do dólar frente ao real torna as remessas mais atraentes. O maior volume de transferências registrado pelo Banco Central foi em 2008, quando os brasileiros no exterior enviaram US$ 2,9 bilhões ao Brasil. Naquele ano, houve uma tendência de valorização do dólar em relação à moeda brasileira. Quando o dólar está mais barato, os brasileiros que vivem no exterior tendem a guardar suas economias no país onde residem, adiando o envio do dinheiro ao Brasil para quando está mais favorável.
Os residentes nos Estados Unidos enviaram 32,3% a mais de dinheiro ao Brasil no ano passado e responderam por 44% da quantia que entrou no País, com US$ 1,077 bilhão. Dos Estados Unidos e do Japão vieram 53% das remessas de 2015.
Para Cássio Segura, presidente do Banco do Brasil Americas, com matriz na Flórida, o aumento das remessas está atrelado ao crescimento da economia americana, que permite aos brasileiros retomarem ou iniciarem novos projetos no País com as "sobras" da renda. Além do desempenho da economia americana, influenciaram o fluxo o dólar mais forte frente ao real e o "barateamento" de ativos no Brasil. Pelas estimativas mais atuais do Itamaraty, dos 3,1 milhões de brasileiros que vivem no exterior, 1,3 milhão estão nos Estados Unidos.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que faz um balanço anual das remessas recebidas pela América Latina e Caribe, registrou no relatório de 2014 um crescimento de 5,3% no volume recebido em comparação com o ano anterior. O relatório de 2015 ainda não está pronto.
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