No momento em que novas denúncias contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se avolumam nas investigações da Operação Lava Jato, a CPI da Petrobras deve encerrar seus trabalhos oficialmente no dia 23, próxima sexta-feira.
Sem acrescentar dados relevantes ao que já foi revelado pela Polícia Federal e ao Ministério Público, o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) apresentará seu relatório na segunda-feira (19). O documento vai à votação na quinta-feira (22).
Quatorze parlamentares já assinaram o requerimento do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) pedindo a prorrogação da comissão. Membros da CPI reclamam que não há empenho de líderes da oposição e do governo para assinar o pedido de urgência que levaria à votação da prorrogação para plenário.
Dominada pela oposição e pelo PMDB, a comissão blindou Cunha e centrou sua artilharia no PT. Foi na comissão que Cunha, único político com mandato investigado na Lava Jato, depôs e disse não ter contas no exterior.
Com as denúncias de que contas na Suíça pagaram despesas pessoais da família de Cunha, os aliados do peemedebista não fazem esforços para estender a investigação parlamentar. "Não tem requerimento votado pela CPI ou requerimento de urgência de líderes que representem a maioria", justificou Cunha.
Até o momento, dois dos quatro sub-relatores ainda não concluíram seus relatórios. Luiz Sérgio fará a leitura do parecer final na segunda-feira.
Dezenas de depoentes convocados, como a do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, não serão ouvidos. Segundo fontes, petistas, governo e até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva intercederam para que Okamotto não viesse à CPI.