Uma mulher de 44 anos utilizou sua página em uma rede social para relatar uma agressão que ela sofreu na quinta-feira, dia 11, em Avaré. A atitude de M.L. foi considerada, para muitos, como corajosa. O autor da agressão é jovem de apenas 19 anos.
No relato trágico, ela destaca que chegou a desmaiar com a agressão. “Oi meus amigos do face. Não estou conseguindo escrever direito, pois sofri uma agressão na madrugada de quinta -feira (dia 11). Levei um soco de um homem, na altura da fonte (cabeça) sem esperar. Nem me lembro disso porque ele me desmaiou. Eu só voltei quando estava no P.S (Pronto Socorro) sangrando pelo nariz”.
Ela revelou que teve que passar por uma tomografia e também pelo raio-x. “Fizeram tomagrafia e raio-x. Não constaram nada, me deram calmante e remédio na veia. Fui bem atendida graças a Deus”.
A mulher postou ainda que a dor maior seria de ser agredida por uma pessoa que ela menos esperava. “Mais só venho aqui fala gente porque a dor é enorme, mais a dor por ser de uma pessoa que você não espera”.
Ela pediu para que todas as mulheres que sofrem agressões, que denunciem. “Vocês mulheres que são agredidas por marido, namorado, ou no meu caso nada meu, só uma pessoa, mas que me conhecia bem,”DENUNCIEM “. Não deixem quieto. Ninguém foi feito pra ser espancado não, muito menos por um moleque mimado que não sabe o que quer da vida “.
M.L. disse não se lembrar da agressão. “Não tenham vergonha. A vergonha é de quem te bateu, porque eu não lembro de nada. O que sei foi minha filha quem contou. Gente, humilhação é você aguentar. Tenho 44 anos, fui agredida por uma pessoa de 19”, desabafou.
A coragem da mulher em postar essa triste história no Facebook viralisou. Diversos internautas curtiram, comentaram e compartilharam o post.
COVARDIA – Pesquisa Datafolha mostra que, no ano passado, 503 mulheres foram vítimas de agressão física a cada hora no país. Isso representa 4,4 milhões de brasileiras (9% do total das maiores de 16 anos). Se forem contabilizadas as agressões verbais, o índice de mulheres que se dizem vítimas de algum tipo de agressão em 2016 sobe para 29%.
A pesquisa mostra que 9% das entrevistadas relatam ter levado chutes, empurrões ou batidas; 10% dizem ter sofrido ameaças de apanhar.
Além disso, 22% afirmam ter recebido insultos e xingamentos ou terem sido alvo de humilhações (12 milhões) e 10% (5 milhões) ter sofrido ameaça de violência física. Há ainda casos relatados mais graves, como ameaças com facas ou armas de fogo (4%), lesão por algum objetivo atirado (4%) e espancamento ou tentativa de estrangulamento (3%).
Confira, abaixo, o que mudou na Lei Maria da Penha e o que cada uma dessas alterações representa no combate e na repressão à violência doméstica e na proteção das vítimas.
1. Um dos direitos garantidos às mulheres em situação de violência doméstica e familiar é passar por atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado preferencialmente por servidoras mulheres. “Há vítimas que se sentem mais à vontade com profissionais mulheres e, se ela expressar isso, vamos disponibilizar uma profissional do sexo feminino para atendê-la”, explica Sandra Melo.
2. Os questionamentos e interrogações no ato do atendimento devem prezar pelas integridades física, psíquica e emocional da depoente. A mulher, seus familiares e testemunhas devem ter garantia de que não terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas relacionadas a eles.
3. A mulher em situação de violência não deve ser revitimizada ao prestar depoimentos. Isso significa que devem ser evitados questionamentos sucessivos sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrativo. Da mesma forma, devem-se evitar questionamentos sobre a vida privada.
4. A escuta e o interrogatório devem ser feitos em locais com equipamentos próprios e adequados à idade da mulher e à gravidade da violência. De acordo com a delegada Sandra Melo, isso se aplica a algumas peculiaridade do atendimento, por exemplo, de pessoas menores de idade. “O local sempre deve ser reservado, para preservar a identidade e a intimidade da vítima”, diz.
5. Profissionais especializados em violência doméstica devem intermediar as escutas e os depoimentos, quando necessário. “Às vezes, a mulher está com um bloqueio emocional. Aqui na Deam, por exemplo, assinamos um termo de cooperação com universidades e, nesses casos, pedimos ajuda de profissionais da psicologia ou da área jurídica para fazer essa escuta”, relata a delegada.
6. Os depoimentos prestados devem ser registrados em meio eletrônico ou magnético. A degravação, isso é, a transcrição do áudio e a mídia contendo o registro deve integrar o inquérito. “Essa medida é importante para que a vítima não tenha de repetir o mesmo depoimento em outras fases do processo”, explica Sandra.
7. A formulação de políticas e planos de atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar darão prioridade, no âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas para o atendimento e a investigação das violências graves contra a mulher.
Fonte: Jornal Avaré Urgente.
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